Conceição: «Uma conversa de balneário é difícil ficar no Olival»

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Sumarenta a conferência de Sérgio Conceição de antevisão à receção ao GD Chaves, marcada para esta sexta-feira. O técnico revelou desconfiança com o momento dos flavientes, analisou 2023 e abriu o coração, entre vários assuntos, sobre o mercado e o momento competitivo da I Liga. 

Mensagem em dia de aniversário para Pinto da Costa: «Muita saúde e muitas felicidades, desportivas e pessoais. É admirável uma pessoa com tantos títulos ganhos e pensa no próximo como se fosse o primeira. Diz muito da personalidade do presidente. Tem sido um incrível trajeto de conquistas, baseado nos quatros pilares que sublinha: rigor, competência, ambição e paixão. Com ele é inegociável e espero que seja muito feliz. 

O que espera do GD Chaves: «Bons números já seriam 1-0, fico feliz com a vitória. Queremos associar à vitória coisa que não temos feito. Não por recebermos o GD Chaves, mas pelo nosso trabalho diário. Melhorar, evoluir o jogador nas suas tarefas. Com isso a equipa ganha. Fico sempre desconfiado com as equipas que estão em dificuldade. O Farense e o Estoril também estavam em dificuldades. O GD Chaves está bem apetrechado no plantel. Queremos acabar o ano com uma vitória. 

Mercado e saídas: «Acho que está aberto por demasiado tempo. Já falei disso muitas vezes. Os ajustes que podem acontecer resultam das conversas que tenho com o presidente. Vamos decidir o que é melhor para o FC Porto.»

Estão a ser preparadas nuances com a futura ausência de Taremi? «Não é só o golo que faz ou não, é o que dá à equipa com e sem bola. Inteligência na ocupação dos espaços. Cria situações, talvez não tão visíveis para o adepto. Somos a equipa com mais pontos no ano civil, mais que Benfica, Sporting e Braga. A equipa do mundo com maior percentagem de vitórias em casa, aproveitei para dizer (risos).  

São o que são essas estatísticas, pois estamos a três pontos da liderança e fora da Taça da Liga. Na Liga dos Campeões fomos eliminados pelo vice-campeões e já conseguimos outro apuramento para os oitavos. Nem tudo foi bom, mas há coisas positivas e temos de olhar para elas. As ausências do Taremi e do Zaidu cabe a mim encontrar soluções. Faz parte do nosso trabalho. 

Maiores frustações e ambições europeias em 2024: «As frustações são os jogos que perdemos. Perder o campeonato por dois pontos e olhar, por exemplo, para o jogo com o Gil Vicente em casa. Fica uma amargura grande. As ambições são sempre máximas, mas as frustações fazem parte da vida. 

Mudanças de posicionamento sobre o mercado? Há necessidade de aproveitar a janela de janeiro?: «O meu sentimento é quando se mexe, pior. O mercado de janeiro devia servir para pequenos ajustes, ultrapassar lesões como do Marcano, que acontecem no futebol. Não me parece que seja o melhor entrarem três ou quatro jogadores. Ou são de qualidade inequívoca e que entram de caras, ou o tempo de adaptação vai coincidir com as férias. É uma realidade diferente. Não temos arcaboiço para buscar grandes estrelas. Um ou outro ajuste é necessário.

Campeonato nivelado por cima ou por baixo? «Tivemos diferentes momentos de domínio no futebol português. O nosso FC Porto nas décadas de 80 e 90, o Benfica de Coluna e Eusébio, os Cinco Violinos no Sporting. As equipas mantinham os jogadores por vários anos. No meu tempo, a base do FC Porto era toda da formação. Com a Lei Bosman, os bons, os menos bons e os mais ou menos vão todos embora. É muito mais fácil um jogador de Rio Ave ou Famalicão, com todo o respeito, estar no FC Porto. 

É muito difícil guardar os melhores jogadores. Com essa capacidade estaríamos a ombrear com os grandes tubarões da Europa. Assim é mais difícil. É fácil aos miúdos chegarem à equipa principal, eu andei três anos emprestado. E o plano era só regressar para fazer pré-época. Está tudo mais nivelados. Nós temos contratações do Santa Clara, do Famalicão, do Rio Ave. São sentimentos que já partilhei com os meus jogadores. Se não visse o campeonato trocava as camisolas e não via grande diferença. Há qualidade e as equipas técnicas estão muito melhor preparadas. 

Papel dos empresários: «São equipas de quatro ou cinco pessoas. Acho que fazem bem ao futebol, mas também trazem coisas negativas. Uma conversa no balneário é difícil ficar no Olival. Os jogadores falam com muita gente. O futebol atual é assim.»

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