Costa: compra de ações dos CTT não foi em segredo e não esteve relacionada com o OE

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O primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a compra das ações dos CTT pela Parpúlica não foi feita em segredo e que só não foi comunicada para não influenciar o preço das ações. O chefe do Governo confirma que o objetivo era chegar a uma participação de 13% e diz que não teve "diretamente" a ver com processo de negociação do Orçamento do Estado com a oposição.

"A operação não foi mantida em segredo, porque os CTT são uma empresa cotada, as ações foram compradas em bolsa, forma mais pública não há", afirmou António Costa acrescentando que a compra não anunciado apenas para impedir uma subida do preço das ações. 

"O que é que não foi comunicado publicamente? A intenção do Estado comprar, mas por uma razão óbvia, porque no dia em que o Estado anunciasse que pretenderia comprar ações dos CTT, o que é que ia acontecer? As ações do CTT começavam a aumentar o preço e, portanto, aquilo que nós teríamos de pagar pela compra das ações era muito superior àquilo que tivemos de pagar pela compra das ações", disse o primeiro-ministro.

António Costa desmente a ligação desta compra com as negociações orçamentais com os partidos à esquerda, referindo que o que estava em causa era a garantia do serviço de Correios numa altura em que se aproximava o final do contrato de concessão. Caso não houvesse acordo, diz Costa, "seria muito difícil continuar a assegurar o serviço", uma vez que "desde a rede de instalações, às viaturas, ao pessoal, às centrais de triagem, a todo o equipamento, estavam alienados".

"Nós estávamos numa fase onde estava a chegar ao seu termo o contrato de concessão. O contrato de concessão tinha que ser renovado e, portanto, por cautela, entendemos que era de bom senso o Estado ter uma participação no capital. Essa foi uma injeção que começou, a aquisição das ações foram feitas entre agosto e outubro. De 2021, o novo contrato foi assinado em janeiro de 2022 e, por isso, a aquisição não prosseguiu, porque, entretanto, tínhamos chegado a acordo e não havia qualquer risco para a prosseguição da operação de serviço público", acrescentou.

Costa, à semelhança do que já foi argumentado pelo PCP esta quarta-feira, acredita que esta ação não teria, mesmo que essa fosse a intenção, impacto no sentido de voto dos comunistas dada a diferença de posição dos partidos sobre a matéria.

"Há que perceber, por muito boa vontade que tivesse o PCP, não ia determinar o seu sentido de voto, porque íamos comprar 13% do capital, quando defendiam que tivéssemos 100% do capital", explicou.

(em atualização)

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