CRÓNICA | Até mereciam ambos mais, mas...

8 meses atrás 94

Foi um jogo dividido. O Estrela entrou bem, marcou cedo e controlou a 1ª parte. O Vizela ajustou bem ao intervalo e foi claramente a melhor equipa na 2ª. Podia dizer-se que ambas mereciam começar o ano com uma vitória, até porque o nível de futebol praticado foi elevado e bem atrativo, mas acabaram a anular-se (1-1) e continuam ambas ali nas redondezas da zona de despromoção.

O primeiro jogo do ano para Estrela da Amadora e Vizela trazia uma importância para conquistar pontos. Do lado da casa, o treinador Sérgio Vieira via-se privado de Kialonda Gaspar (no CAN) e promovia a estreia de Pedro Mendes, assim como mexidas nos extremos, com Kikas e Gustavo Henrique a entrarem para os lugares que pertenciam a Ronald Jabá. Do lado do Vizela, o técnico Rubén de la Barrera promovia várias alterações no onze inicial com Escoval, Matheus Pereira, Pedro Ortiz e Mendez a darem lugar a Lebedenko, Diogo Nascimento, Jardel e Lacava.

Assim se começa

Ambas as equipas precisavam de entrar bem em 2024 para se afastar da zona de despromoção e o Estrela pareceu, claramente, a equipa mais ambiciosa desde cedo. Os comandados de Sérgio Vieira entraram a pressionar alto e intenso e não deixaram o Vizela respirar com bola nos primeiros 10 minutos, forçando a uma série de erros na primeira fase de construção e a diversas tentativas (sem nexo) de aposta no jogo direto. Esta aposta tricolor acabou por correr de feição, uma vez que essa pressão resultou, aos 8', no golo de André Luiz, que aproveitou uma recuperação em zona alta e cruzamento na direita.

Pedro Mendes estreou-se e esteve bem @Kapta+

Apesar de ter vantagem numérica (pelo menos teórica) no miolo, o Vizela não conseguia ter bola para lá do seu meio campo, vendo o seu trio bastante estático e a equipa apenas conseguiu mudar esse aspeto quando o Estrela baixou a sua linha de pressão e intensidade. Quando Samú, pela esquerda, e Diogo Nascimento começaram a ser mais chamados ao jogo, a equipa cresceu, embora no último terço ainda estivesse algo previsível, ainda mais depois de Jardel sair lesionado, aos 25'.

O jogo esteve calmo algum tempo e o Vizela ia tentando explorar a verticalidade dos seus extremos, principalmente na direita, mas Shinga e Pedro Mendes iam estando muito bem a controlar a profundidade e a fazer as coberturas. Apesar disso, o Vizela não acabaria a 1ª parte sem uma flagrante oportunidade. Aos 41', os vizelenses conseguiram, finalmente, costurar a bola entre corredores, usando bem Diogo Nascimento na ligação, e Lebedenko (mal defensivamente na 1ª parte) foi desmarcado na esquerda da área, mas acertou em cheio no poste.

E assim se responde

O Vizela sabia que tinha que fazer e, percebendo que precisava de uma ligação diferente no miolo, Samú Silva baixou na primeira fase de construção e isso fez toda a diferença, uma vez que arrastou jogadores do Estrela e abriu espaço para ligar e explorar as alas. De resto, os comandados de Rubén de la Barrera não demoraram a tirar partido dessa alteração e aos 48' já festejavam, precisamente com um golo de Samú, que aproveitou um corte defeituoso e, à entrada da área, rematou para o 1-1. Três minutos depois, desmarcou Matheus Pereira na cara do golo de forma exímia, mas este viu Bruno Brígido defender.

Vizela melhorou na 2ª parte @Kapta+

Percebendo que o jogo tinha claramente mudado, Sérgio Vieira tentou responder e submeteu três alterações aos 56', todas elas para retirar algo diferente do jogo, até porque o Estrela tinha bem menos bola nesta fase e notava-se que havia cada vez mais espaço no miolo, útil para a transição. O jogo estava mais partido e as oportunidades apareciam: Essende desperdiçou na cara de Brígido, Ronaldo «imitou» do outro lado e Bruno Wilson atirou ao poste do outro. Tudo isto entre os 69' e os 71'. O jogo entrava naquela loucura que aquecia uma tarde fria de sábado.

Mais inteligente a usar esse espaço e a bola (que não teve na 1ª parte), o Vizela estava melhor e chegou a festejar, aos 79', depois de uma finalização de Essende ao segundo poste, a cruzamento na esquerda, mas o VAR confirmou o fora de jogo e os 3086 adeptos na Reboleira viram a ansiedade aumentar. Sem a mesma capacidade de ter bola, o Estrela ia criando perigo com bolas longas, quase sempre desviadas de cabeça por um dos avançados, para desmarcar um dos outros (grande mobilidade entre os três).

Os 8 minutos de compensação deram novo alento às duas equipas, que perceberam que tinham uma «vida extra» para tentar ir buscar os três pontos e o Estrela abrilhantou-se com o apoio vindo das bancadas. Foram várias as oportunidades criadas pela dupla Ronaldo e Ronald, mas nada desfez o empate a uma bola e ambos os aflitos arrancaram o ano a empatar

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