Crónica | Melhorias, «LukaMagic», etc...Nada chegou e os Celtics fazem o 2-0

3 meses atrás 4903

Por vezes, melhorar não chega. Quando as diferenças de talento estão num determinado ponto, melhorar não chega. Foi isso que aconteceu aos Dallas Mavericks no jogo 2 das finais da NBA. A equipa defendeu melhor, foi mais agressiva e Luka Dončić foi melhor. No final, perderam o jogo 2 por 105 - 98 contra os Boston Celtics e regressam a casa a perder por 2-0 na série.

Tal como no jogo 1, haviam algumas questões que se tinham de perceber cedo. A principal prendia-se com Luka Dončić. O base esloveno tem estado a lutar com uma série de problemas físicos e era importante perceber em que condições estava. Associado a isso, era importante ver se iria ser agressivo na procura de pontos desde o primeiro minuto, para assim começar a tentar moldar a defesa de Boston.

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Ora, essas perguntas foram respondidas desde início: Luka estava bem e queria marcar pontos. Rapidamente chegou aos 18 pontos, logo no início do 2º período. Porém, o marcador estava estranho. Doncic marcava pontos, os Celtics falhavam triplos (apenas 1 de 11 a certa altura), mas a vantagem Dallas era mínima, ou inexistente. A razão para isso prende-se à segunda pergunta que era importante perceber.

Essa era a mais importante: seria Dallas capaz de condicionar as penetrações dos jogadores dos Celtics? As penetrações que rendiam pontos simples e triplos sem contestação. A resposta a essa pergunta foi um...«nim». As penetrações continuavam fáceis, mas, para mérito de Jason Kidd, treinador dos Mavs, os defensores estavam mais capazes de fechar os lançamentos.

Os Celtics viviam dos ataques de Jaylen Brown e de Jason Tatum que, mesmo sem lançar bem, foi o principal criador ofensivo com 12 assistências. Do lado defensivo, a perfeita defesa de Boston mostrava sinais de estar a reagir, por vezes mal, à «LukaMagic». Algumas falhas de comunicação permitiram assistências e deram espaço a alguns lançamentos exteriores.

Ser bom não chega

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Jogar contra estes Celtics é desgastante. Não só pelo jogo em si, mas, principalmente, porque os adversários, neste caso os Mavericks, sabem que ser bom não chega. Não chega ser bom durante 23 segundos na defesa, porque no último segundo vai aparecer um lançamento ou um corte de alguém, para pontos fáceis. Não é fácil porque todos os movimentos ofensivos têm de ser conquistados. Todos os centímetros significam uma luta e isso é desgastante.

Boston falhava triplos e vantagem subia de dois para quatro...e para seis...para oito e, finalmente, para dez. E qual a razão? Porque marcar pontos a esta defesa é complicado e é ainda mais complicado gerir as penetrações. Além disso, quando Dallas parecia que ia fechar o 3º período a perder por seis, um triplo do meio-campo de Payton Pritchard (o primeiro das finais) colocou o jogo a nove.

Antes de se olhar para os últimos 12 minutos, é importante dizer uma coisa: Luka precisa de ajuda. Precisa de ajuda dos atiradores, PJ Washington e Derrick Jones marcaram, em conjunto, um (!) triplo e, se juntarmos Kyrie Irving, esse número mantém-se no um(!!). Kyrie, que foi tão importante foi na época toda, voltou a parecer desligado e até intimidado com o momento. Os 12 pontos nos três primeiros períodos não chegam, de todo.

Defesa ganha jogos e...campeonatos?

No 4º período os Celtics não inventaram. Os triplos não estão a entrar? Continua-se a penetrar, penetrar até que alguma coisa de positiva acontece. Na defesa? não há pontos fáceis. Essa fórmula, associada à falta de eficácia dos Mavs, mantiveram sempre a vantagem segura. 

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A defesa verde é uma arma tal que, a cerca de quatro minutos, decidiu o jogo. Dallas reduziu para oito pontos e tinha posse de bola. A lentidão perante a pressão, permitiu a Jrue Holiday desviar um passe na zona do meio-campo. Esse desvio tirou tempo e obrigou Luka a fazer um novo passe arriscado, para evitar uma violação de oito segundos. Esse segundo passe foi intercetado por Derrick White e terminou com um triplo do mesmo. Seguiu-se mais um bom momento defensivo, mais um triplo e a vantagem chegou aos 14. Os visitantes ainda reduziram para cinco, mas White, com mais um bloco impressionante, impediu que vantagem fosse encurtada para três.

Antes de fechar, há duas notas. Primeira, os lances livres. Boston tem melhor equipa que os Mavs, por isso, para a equipa do Texas ganhar, não pode lançar na casa dos 60% da linha e é Luka o principal responsável. A segunda nota prende-se com Kristaps Porziņģis. O poste pareceu voltar a lesionar-se na perna direita, não fechou o jogo e poderá ser um caso para avaliar rumo ao jogo 3.

Nas individualidades, Luka terminou com 32 pontos, 11 assistências e 11 ressaltos, mas Kyrie Irving ficou-se pelos 16 pontos e isso não chega. Do outro lado, a força está nos números. Novamente, quatro jogadores com mais de 18 pontos, numa noite em que a equipa lançou a 25% em triplos. Bastava que alguns dos muitos lançamentos sem oposição tivessem sido concretizados e vantagem teria sido bem maior.

O jogo 3 está marcado para a madrugada de quarta para quinta-feira, desta vez na casa dos Dallas Mavericks.

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