CRÓNICA | Por cima dos que andam, há os que voam

1 mes atrás 49

O Santa Clara perdeu (0-2), abandonou o ilusório primeiro lugar, mas deixou uma boa imagem: provou que está a dar passos claros e seguros na acomodação à I Liga. O resultado podia ter sido outro, se pela frente não estivesse um confiante dragão, destinado a continuar a sobrevoar sobre os adversários que vai apanhando pela frente em 24/25 - até à data, 100 por cento vitorioso.

Vasco Matos, para a receção aos azuis e brancos, seguiu a velha máxima de “equipa que ganha não se mexe” e, por isso, repetiu o onze apresentado no Estoril. Vítor Bruno, por sua vez, voltou a apostar em Wenderson Galeno a defesa esquerdo e parabenizou as boas entradas de Vasco Sousa com a primeira titularidade no campeonato.

Vasco Sousa saiu dos Açores com nota positiva @Miguel Cardoso / Kapta+

Em São Miguel, antes, durante e após o apito inicial, muito calor e humidade. Alerta amarelo devido ao calor, inclusive. Nas bancadas, troncos nus, leques, bonés e água: o necessário para refrescar e aliviar uma tarde quente.

Assim que soou o apito inicial, o Santa Clara entrou bem. Sólido e confortável, a defender em bloco baixo e a tentar ferir o dragão em transição, com Gabriel Silva em destaque. Pelos pés - e velocidade do brasileiro - nasceu o primeiro susto do encontro: poder de explosão, condução pela direita, cruzamento para a confusão e Diogo Costa a ser São Diogo e a afastar a bola em cima da linha.

A armadilha parecia tão bem montada que enganou... o Santa Clara. Os açorianos subiram de mansinho no terreno para cobrar um livre a meio-campo. No contragolpe, Iván Jaime - terceiro golo em três jogos - aproveitou o espaço deixado para atirar forte e abrir o marcador.

Sofrido o primeiro, os índices da concentração micaelense dificilmente foram os mesmos. Nesse sentido, dez minutos depois, uma grande penalidade clara dilatou a vantagem. 

Com o marcador a ganhar outros contornos, o Santa Clara libertou-se de algumas responsabilidades defensivas e tentou, inevitavelmente, ter mais constância no último terço. Nesse sentido, Vinícius Lopes encerrou o capítulo de grandes oportunidades do primeiro tempo ao obrigar Galeno a novo corte decisivo em cima da linha de golo.

Galeno marcou e impediu um golo ao cortar em cima da linha @Miguel Cardoso / Kapta+

A segunda parte foi bem mais lenta, muito por culpa das constantes faltas. Numa altura em que o Santa Clara estava a arriscar mais no momento da pressão, Adriano pisou Alan Varela e, após a consulta do VAR, viu a cartolina vermelha - lance incontestável.

Sem grandes acontecimentos, a partida tornou-se incaracterística na reta final. A temperatura baixou, quase choveu. As várias mexidas não agitaram e as duas equipas mostraram-se cada vez mais conformadas com o desfecho. Assim sendo, o marcador não voltou a mexer.

Primeira titularidade para Vasco Sousa, novo duelo com a baliza a zeros, mais um golo para Iván Jaime e Galeno e o essencial: mais três pontos. O FC Porto descomplicou uma tarde que podia ser difícil; saiu por cima e deu continuidade ao vitorioso voo.

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