Dar incentivos a casas eficientes coloca em risco a transição justa, alerta CEO da Fidelidade

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Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, garante que a seguradora está a fazer um trabalho pedagógico junto dos seus clientes para que façam a transição energética, alertando, contudo, que este processo tem de ser inclusivo.

As empresas, mas também os particulares, estão a dar vários passos para embarcarem na transição energética. Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, alerta, contudo, que é preciso que este processo seja justo. Dar incentivos a quem já cumpre com as regras da eficiência energética pode colocar em causa a tão desejada transição inclusiva ao deixar aqueles que menos posse têm para trás.

“Quando começamos a dar incentivos financeiros para os bons resultados corremos o risco de não fazer uma transição justa. Se começarmos a dar incentivos às casas com melhores certificados energéticos não são as pessoas mais pobres que vão ter incentivos”, salientou o CEO da Fidelidade numa conferência organizada esta quarta-feira pelo Grupo Marsh McLennan.

De acordo com Rogério Campos Henriques, é agora preciso “ampliar o papel social das seguradoras para a componente E”, do ESG, ou seja, a componente ambiental, ajudando as empresas e particulares a fazerem esta transição.

“Claro que vamos reduzir as emissões, mas o nosso grande papel é ajudar a sociedade a fazer esse caminho”. E isto passa por “criar incentivos positivos e negativos para as pessoas fazerem a transição”, mas tendo em consideração que é preciso que seja um processo inclusivo e justo.

“Vamos sofrer as consequências das alterações climáticas antes que consigamos fazer a transição. Por isso, é preciso ajudar os clientes a perceber os riscos e criar os incentivos para que façam esse caminho”, disse.

A própria seguradora está a fazer este caminho. Em termos de plano de investimentos, “começa a haver mais oferta de ativos verde que permite à seguradora fazer esta diversificação”, disse Rogério Campos Henriques, relembrando também que a Fidelidade está hoje no mercado para emitir dívida verde.

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