Ressurgiu no radar do futebol europeu no presente mês de janeiro, após ter pisado os relvados do Velho Continente há mais de dez anos, em Portugal. A chegar ao ocaso da carreira, Felipe Menezes, médio ofensivo brasileiro, que vestiu a camisola do Benfica no início da última década, esteve à conversa com o zerozero. Qual o intuito? Perceber as motivações que levaram o jogador a rubricar contrato com uma equipa da Liga Eccellenza, equivalente ao quinto escalão do futebol italiano. Sim, caro leitor. O antigo camisola 24 das águias decidiu estreitar as raízes transalpinas das quais descende, rumando ao modesto Canosa. Em ação pelo Benfica ante o BATE Borisov @Getty Images «Já tinha o projeto de vir para Itália há algum tempo, independentemente da divisão e do nível da oportunidade que aparecesse. Queria aprender outra língua, algo que não tive possibilidade quando fui para Portugal. Vivi outra cultura, mas a língua era a mesma. Tenho passaporte italiano e este era o projeto», explicou. «Estava a pensar parar de jogar futebol no Brasil, comecei a colocar mais energia nesta oportunidade e o Canosa casou com o que queria para mim. Ainda que numa divisão mais baixa, querem crescer e alcançar outros níveis. As condições de trabalho são boas. Procurei as informações e fiz um contrato curto para ver como corre a experiência», esclareceu Felipe Menezes. Quanto aos moldes da sua chegada a um escalão de menor visibilidade e de nível semiprofissional, o médio ofensivo revelou, sem rodeios, o método de ingresso: «Nomeei uma pessoa que vive na Itália para poder apresentar o meu nome. Não tenho abertura nesse mercado e também já tenho uma idade que, por vezes, os clubes podem eventualmente ter dúvidas, mas ficaram muito felizes. Perceberam que fisicamente estava bem e que não era uma questão financeira.» O cartaz de apresentação no emblema italiano @Canosa Calcio Com uma «gestão promissora» por parte do emblema da região de Apulia, Felipe Menezes quer «ser parte» da contribuição necessária para o Canosa «atingir os objetivos» a que se propôs: trepar divisões. Num plantel repleto de jogadores italianos, fator que tem ajudado a «desenvolver» o seu nível na língua, Menezes ressalva a forma como foi recebido pelos novos colegas. «Foi supertranquilo. Há sempre uma pergunta ou outra de curiosidade. Como foi jogar na Liga dos Campeões, na Liga Europa. 'Você jogou mesmo com o Saviola e o Aimar? Digo-lhes que sim'», enfatizou. Apesar de ter efetuado apenas alguns amigáveis com o novo símbolo ao peito, enquanto aguarda a resolução das questões burocráticas em torno da mudança, Felipe Menezes foi capaz de caraterizar as equipas dos escalões inferiores do calcio italiano: «No nível em que estou aqui e no que joguei nos três últimos anos no Brasil, são jogadores extremamente dedicados, buscam cumprir, exatamente, o que é pedido. São dedicados à parte tática. Comparando com o Brasil, apanhámos muitos relvados sintéticos e isso diminuiu a velocidade do jogo.» Com a «promessa» de informar o nosso portal das estatísticas individuais que pretende construir nos próximos meses, Felipe Menezes finalizou com mais elogios à postura dos seus companheiros de equipa. «A capacidade de improvisar e a individualidade [no Brasil], ainda está um pouco acima. Por outro lado, a dedicação e ambição de evoluir destes jogadores, apesar de jogarem na Excellenza, é grande, tal como a missão de evoluir e chegar a outro tipo de patamares», concluiu.«Não era uma questão financeira»
«O sintético diminuiu a velocidade do jogo»