Deutsche Bank vai cortar 3.500 postos de trabalho

7 meses atrás 51

Os resultados do banco não dececionaram o mercado, mas o ano de 2024 será muito desafiante e a instituição não quer voltar aos maus momentos que vivem muito recentemente.

O Deutsche Bank anunciou esta quinta-feira que cortará 3.500 empregos, ao mesmo tempo que vai recomprar ações e pagar dividendos, revelou num encontro com investidores.

A notícia surge no momento em que o maior banco da Alemanha tenta encontrar uma forma de deixar para trás anos de turbulência interna, recentrando-se no segmento da banca comercial – mas para já o que tem a apresentar é um corte de 30% nos lucros do quarto trimestre, menos grave que as expectativas dos analistas.

O banco já havia anunciado planos de cortar empregos, mas esta foi a primeira vez que colocou um número no capítulo das demissões, o equivalente a pouco menos de 4% de sua força de trabalho global de cerca de 90 mil colaboradores. Os trabalhos afetados serão funções de back office.

Por outro lado, a recompra de ações e o pagamento de dividendos totalizará 1,6 mil milhões de euros e ocorrerá durante o primeiro semestre do ano. O banco também elevou a sua previsão de crescimento de receita, e suas ações subiram 4% no início do dia na bolsa de Frankfurt.

A unidade comercial do Deutsche Bank ultrapassou o banco de investimento como o principal impulsionador de receita em 2023, revertendo o que se passou nos último três anos.

Analistas citados pela agência Reuters esperam que as operações comerciais se mantenham como a força motora do banco de investimento este ano e no próximo, mesmo com os bancos centrais a prepararem-se para cortar as taxas de juros que impulsionaram os resultados dos bancos.

O Deutsche Bank, que realizou uma grande reforma em 2019 após anos de dificuldade, tentou livrar-se de sua dependência do volátil banco de investimentos para obter receitas, algo que se mostrou difícil de implementar.

Depois da conturbada intergração do Postbank, há algumas semanas que surgiram especulações sobre uma possível fusão envolvendo o Deutsche, mas o banco não alimentou o tema.

A queda nos lucros trimestrais surge num contexto em que os custos de reestruturação e outras despesas pontuais superaram as receitas, mas a queda não foi tão acentuada quanto os analistas temiam.

O lucro líquido atribuível aos acionistas foi de 1,26 mil milhões de euros no trimestre, que compara com os 1,803 mil milhões do homólogo do ano passado – mas mesmo assim melhor que as expectativas dos analistas (700 milhões de euros). O lucro anual caiu para 4,21 mil milhões de euros, que compara com 5,03 mil milhões em 2022, superando também as expectativas dos analistas (3,664 mil milhões).

Os resultados preparam o terreno para o que pode ser um 2024 que os analistas anteveem mais difícil, com possíveis cortes nas taxas de juros no final deste ano a ‘ratarem’ a receita.

O regulador financeiro da Alemanha, o BaFin, alertou recentemente que 2024 será menos otimista para os lucros dos bancos, já que a crise imobiliária pesa na maior economia da Europa. Ainda assim, o banco mostrou-se otimista, elevando a sua meta de taxa de crescimento anual das receitas para entre 5,5% e 6,5%.

A receita do banco de investimento aumentou 10% durante o trimestre, atrás do aumento esperado de 17%. Um aumento de 9% na faturação do banco superou as expectativas (5%).

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