Dificuldades à vista para a Alemanha com o milagre económico a colapsar

8 meses atrás 53

O modelo alemão de indústria alimentada por matérias-primas baratas e procura forte parece estar esgotado, criando dificuldades acrescidas pela falta de investimento. Europa e Portugal sofrerão por arrasto.

De motor industrial e milagre económico ao ‘doente da Europa’, a Alemanha tem registado uma deterioração clara da das suas perspetivas e situação atual, pressionada por uma população envelhecida, por um défice crónico e estrutural de investimento e pela dependência externa, sobretudo energética. Como resultado, o país registou um ano de recessão, o primeiro desde 2000 se excluirmos 2020, arrastando consigo a zona euro, incluindo Portugal, e as fracas expectativas alemãs para este ano transpõem-se para o resto do bloco.

Depois de largos anos como o líder económico e político europeu, o gigante germânico fechou 2023 com um recuo do PIB de 0,2% à boleia de três trimestres consecutivos de crescimento negativo ou nulo. Este resultado era já esperado e coloca o país com a pior performance entre as grandes economias mundiais, dada a fraqueza vinha mostrando há algum tempo, e traduz-se em dificuldades acrescidas para o resto da zona euro, dada a sua interligação com os restantes Estados-membros.

A crise energética foi um dos primeiros sinais claros de problemas, embora as dificuldades logísticas globais já estivessem, à altura, a toldar as perspetivas de um país onde a indústria representava 23% do PIB em 2022. Desde então, vários outros focos de tensão foram expostos: as regras orçamentais internas tornaram-se um entrave ao investimento, há uma falta de mão-de-obra especializada, vários sectores industriais mostram um descontentamento pouco frequente na sociedade alemã e a habitação está envolta numa crise, dados os preços elevados e a queda do rendimento real.

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