Eduardo Barroso: “Dois anos a trabalhar no SNS, sem exclusividade, é estalinismo? Está tudo doido?”

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Eduardo Barroso defende que os médicos recém formados devem retribuir o investimento que o país faz na sua formação com um período em que teriam de permanecer no SNS. Medida foi considerada “estalinista” pelo ex-ministro Adalberto Campos Fernandes, quando foi proposta pelo PS nas últimas eleições.

O cirurgião Eduardo Barroso defendeu hoje a obrigatoriedade dos médicos recém-formados permanecerem durante dois anos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), como forma de retribuírem o investimento que o país faz na sua formação.

A obrigatoriedade de os médicos ficarem dois anos no SNS após a conclusão da sua especialização, obrigando-os a pagar uma compensação ao Estado em caso de passagem para o privado ou ida para o estrangeiro, é uma das propostas que o Partido Socialista apresentou nas últimas eleições legislativas. O ex-ministro defendeu que trata de uma medida “estalinista” e de “constitucionalidade duvidosa”.

Durante a sua intervenção como orador num almoço debate do International Club of Portugal (ICPT), Eduardo Barroso lamentou que esta proposta, que defendeu junto do líder socialista Pedro Nuno Santos, tenha sido mal recebida. E sem mencionar o nome de Adalberto Campos Fernandes, Eduardo Barroso revelou ter cortado relações com o autor dessas declarações.

“Dois anos a trabalhar no SNS, sem exclusividade e a receberem salário, acham que é uma medida estalinista? Não faz sentido. Está tudo doido”, disse o médico de 75 anos, que acaba de lançar um novo livro, denominado “Coração ao pé da boca – memórias de um cirurgião”.

“Os médicos mais jovens continuavam a ser acompanhados e o Serviço Nacional de Saúde ficava com 800 ou 900 profissionais nos quadros, resolvendo muitos dos problemas que tem atualmente”, acrescentou, lembrando que os médicos demoram seis anos a formar, com o Estado a pagar a sua formação e especialização. “Dizem-me que são mal pagos. Pois são, mas isso sempre foi assim e eu também fui mal-pago”, disse Eduardo Barroso, que está reformado há cinco anos.

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