Eis o Messias!

6 meses atrás 86

Tal e qual um verdadeiro Messias, João Neves voltou a surgir num momento de aperto e salvou o Benfica. Nem mesmo as duas (ou três) grandes penalidades defendidas por Hugo Souza chegaram e o Benfica teve que sofrer, mas vai festejar a Páscoa com uma vitória, por 1-0, e três pontos no seu ovinho.

O futebol de clubes estava de regresso e o campeão nacional entrava em ação, frente ao aflito Chaves. Do lado encarnado, Roger Schmidt promovia três alterações no onze titular, chamando a jogo Tomás Araújo, David Neres e Arthur Cabral. Já do lado flaviense, o treinador Moreno Teixeira apresentava exatamente a mesma equipa inicial da última jornada.

Sabe a pouco

Di Maria não falhava um penalti desde novembro de 2020, ainda ao serviço do PSG - frente ao RB Leipzig, na Champions

⚠Esta época, Di Maria tinha convertido com sucesso as 4 grandes penalidades que cobrara pic.twitter.com/N0pEEfqnA8

— Playmaker (@playmaker_PT) March 29, 2024

Três semanas depois, a Luz voltava a receber futebol e apresentava-se com boa casa, embora não estivesse cheia e houvesse alguma apreensão no ar, como se notou num menor fulgor do apoio em quase toda a 1ª parte. Apesar da entrada do Chaves na partida com vontade de ter bola, o Benfica entrou a pressionar, obrigou a um par de erros e rapidamente vimos uma mudança de atitude, com bola, dos forasteiros. Sem bola, o Chaves apresentava-se na Luz em 4x1x4x1, defendendo com todos atrás da linha da bola.

Perante isto, o Benfica tomou conta da iniciativa desde cedo e foi aproveitando o espaço entre linhas que existia no miolo, fruto que alguma desorganização flaviense, apesar dos muitos jogadores naquela zona. Sem capacidade de ter bola no pé e a apostar apenas no jogo direto, o Chaves foi-se defendendo, mas acabou por cometer grande penalidade, aos 24', por uma falta infantil de Pius, que cotovelou Bah. Contudo, Di María bateu muito mal a grande penalidade e permitiu a defesa de Hugo Souza.

Chaves aguentou-se @Kapta+

Podia-se esperar o contrário, mas a grande penalidade falhada fez bem ao Benfica e às bancadas da Luz, que despertaram. Passámos por um curto período de novo dinamismo apelativo com bola, especialmente na transição e através de boas diagonais, com o Benfica a conseguir explorar as costas da defesa adversária. Di María ainda teve uma grande oportunidade - um defesa cortou na hora H - e o ritmo acabou por baixar. O Benfica terminou a 1ª parte constantemente em ataque organizado e, aí, voltaram as dificuldades do passo, criando apenas na bola parada (Florentino perto do golo, aos 39').

Que sofrimento!

Era preciso mais e melhor, se o Benfica queria regressar ao campeonato com um sorriso na cara. Cedo se percebeu que pouco tinha mudado na mentalidade do Chaves para a 2ª parte e os comandados de Moreno continuavam a defender com todos e com as mesmas dificuldades em ter bola. A iniciativa era, por isso, mais uma vez, toda do Benfica e os encarnados foram procurando soluções, apostando em subidas mais constantes dos laterais e passes na diagonal em busca das costas da defesa. Resultou e as chances foram surgindo, especialmente pelas alas, mas a águia estava perdulária.

Parecia difícil desfazer a defesa de Trás-os-Montes, mas, aos 59', Pius voltou a cometer penálti - embora este tenha parecido má decisão. Foram minutos quase inexplicáveis na Luz. Entre espera do VAR e discussão, Arthur Cabral assumiu a cobrança e viu Hugo Souza brilhar, mas o penálti teve mesmo que ser repetido, por Carraça ter entrado na área antes do suposto, o que fez o Chaves perder a cabeça. Quem, contudo, não a perdeu foi Hugo Souza, que voltou a vencer no duelo com Arthur Cabral, na repetição, e defendeu a sua 3ª (!!!) grande penalidade do dia, embora só duas tenham contado.

Hélder Malheiro teve jogo atribulado @Kapta+

Os adeptos encarnados já desesperavam, perante o muro brasileiro do Chaves e a inoperância ofensiva da equipa, mas apenas dois minutos depois do fim de toda essa confusão, surgiu o seu querido Messias: João Neves. Tal e qual a aparição de uma divindade superior, seja qual for a religião que o adepto acredite, o jovem voltou a mostrar porque conquistou o coração dos adeptos, respondeu ao livre na direita e cabeceou para o 1-0. Era o respiro de alívio das bancadas da Luz.

O jogo mudou, o Chaves começou a arriscar mais e começou a surgir espaço como não se via há muito na partida. Ambos os treinadores tentaram aproveitar isso mesmo e até foi o Benfica quem melhor aproveitou esse espaço na transição, mas foi tomando a decisão errada no último terço e teve que sofrer. O Chaves ainda tentou forçar na ponta final, mas o Benfica aguentou-se com unhas e dentes e acabou por vencer. Bem pode agradecer ao seu menino de ouro.

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