Em terra de Gverreiros, que jeito dá ter um viking...

9 meses atrás 83

Sofreu a bom sofrer, mas o Benfica saiu de Braga com a liderança da Liga Portugal Betclic no bolso, na sequência de uma vitória por 0-1. Os encarnados foram levados ao limite pelo SC Braga na segunda parte e o empate não seria, de todo, injustificado, mas a equipa de Roger Schmidt foi capaz de aguentar a magra vantagem e vai agora esperar, no conforto do sofá, pelo desenrolar do encontro desta segunda-feira entre Sporting e FC Porto, que pode dar em novo líder ou então deixar a águia sozinha no poleiro.

Artur Jorge não esperava uma parte inicial com o encontro partido, como explicou durante a antevisão do encontro, mas foi exatamente isso que teve. Ainda não estavam fechados os primeiros cinco minutos e já o Benfica liderava. A águia tirou proveito de um erro de Rodrigo Zalazar e Kokçu lançou de imediato Tengstedt - de pedra e cal no onze inicial mesmo após o golo de Arthur Cabral em Salzburgo - e este não vacilou perante Matheus.

O golo madrugador certamente ajudou a definir a toada do jogo, toada essa que foi de puro espetáculo, ainda que isso significasse aquilo que os treinadores menos gostam de ver quando as suas equipas estão no relvado: jogo partido, pleno de espaço e de oportunidades numa e noutra baliza, que animaram as preenchidas bancadas da Pedreira.

Com bloco alto e a procurar condicionar a saída do adversário, o SC Braga revelou-se incapaz de cobrir toda a área necessária para travar o conjunto de Roger Schmidt. Tengstedt e Rafa variaram entre movimentos de aproximação e de ataque à profundidade e deram soluções para o Benfica sair tanto pela via do jogo direto como pelas combinações curtas em zona central (Kokçu, Di María e João Mário foram importantes nesta parte para dar linhas de passe). A constante incerteza baralhou também a equipa da casa, que nem sempre conseguiu manter o bloco compacto.

Não se pense, no entanto, que só o Benfica teve espaço para jogar. Também a equipa da casa teve vários momentos de produção ofensiva, a grande maioria a partir das alas e explorando, sobretudo, o «falso lateral» Morato. No fim dos primeiros 45 minutos não seria escândalo nenhum se o marcador eletrónico da Pedreira já tivesse mais algumas entradas.

Santo Trubin

A segunda parte até começou com uma soberana ocasião para o Benfica dilatar, mas João Mário foi displicente. A partir daí, o SC Braga cresceu e arrancou para uma etapa complementar onde colocou a águia «encostada ao ninho».

A subida de rendimento de João Moutinho no momento da construção ajudou a equipa a chegar com outro perigo - bem como frequência - a zonas de finalização. No centro do terreno, o veterano foi distribuindo para a direita e para a esquerda e dando fluidez ao ataque arsenalista, que continuou a concentrar-se muito na zona de ação de Morato, visivelmente desconfortável e amarelado desde o segundo minuto de jogo.

Mais do que ter o controlo da partida, os bracarenses reduziram a pouco ou nada o ataque adversário. Artur Jorge trocou os centrais, lançando Niakaté para o lugar de Serdar, e Roger Schmidt reagiu trocando o homem da frente: Tengstedt deu o lugar a Petar Musa, mas o croata falhou na missão de dar seguimento ao trabalho desenvolvido pelo dinamarquês. 

O meio-campo perdeu fulgor e o técnico alemão tardou em percebê-lo, mesmo perante todos os avisos dados pelo adversário e que só não deram em empate porque Trubin, mais frio do que a noite por si só gelada no Minho, manteve a salvo a baliza encarnada uma e outra vez, sempre com uma imagem de tranquilidade. Quando não o conseguiu fazer, o golo de Ricardo Horta terminou anulado por fora de jogo.

E assim, minuto a minuto, o Benfica aguentou. Depois de dois desaires consecutivos em Braga para o campeonato, os encarnados voltaram a ser felizes na Pedreira e subiram, à condição, ao topo da tabela classificativa. Têm a palavra Sporting e FC Porto, que se defrontam esta segunda-feira.

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