Empresas públicas em falência técnica voltam a subir em 2022 para 33

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Estas entidades representam mais de um terço das 94 analisadas pelo CFP e concentram-se sobretudo nas áreas da saúde e dos transportes e armazenagem, como em anos anteriores.

Mais de um terço das empresas do Estado analisadas pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP) está em situação de falência técnica, mais uma do que no ano anterior, ou seja, 33, isto apesar de o resultado líquido global do sector empresarial estatal até ter melhorado em relação a 2021. A subida foi insuficiente para transformar este saldo em positivo, mas, mesmo com mais de um terço das empresas analisadas com capitais próprios negativos, houve melhorias em termos de solvabilidade e autonomia financeira.

O relatório do CFP sobre o sector empresarial do Estado (SEE) fala em 33 empresas em falência técnica do conjunto de 94 entidades analisadas, que se dividem em 87 não financeiras e sete financeiras, e representativas do universo de 149 sob alçada do Estado. A maioria destas empresas em falência técnica atua nas áreas da saúde e dos transportes e armazenagem, detalha o CFP, que fala em mais de metade das 42 empresas ligadas ao SNS com capitais próprios negativos no final de 2022.

No sector da saúde, destaque ainda para os resultados líquidos negativos de todas as empresas analisadas, o que resultou num total agregado negativo de 1,3 mil milhões de euros. Em relação a 2021, isto representa uma deterioração de 169 milhões de euros, situação inversa à registada quando analisando o conjunto total de empresas do Estado.

As empresas não financeiras registaram um resultado líquido negativo de 1,2 mil milhões de euros, uma melhoria significativa em relação às perdas de 3,1 mil milhões do ano anterior, ainda muito condicionado pela pandemia. Estes basearam-se num volume de negócios de 13,3 mil milhões de euros, bem acima dos 10,1 mil milhões do ano anterior.

“Os resultados económicos negativos implicam a necessidade de reforços de capital por parte do acionista público para evitar a deterioração da situação financeira e patrimonial das empresas”, lembra o CFP. “Neste sentido, a melhoria da situação financeira e patrimonial das empresas não financeiras do SEE face a 2021 reflete esse mesmo esforço por parte do acionista”, considera, destacando a subida de 2,6 mil milhões de euros nos capitais próprios destas empresas, que assim ascenderam a 8,7 mil milhões.

Também os indicadores de autonomia financeira e solvabilidade melhoraram, registando subidas de 3,6 pontos percentuais (p.p.) até 13,6%, no primeiro caso, e de 4,6 p.p. até 15,8% no segundo.

Olhando para as empresas financeiras, o resultado líquido ignorando a participação da Parpública na EFACEC foi positivo em 867 milhões de euros, ou seja, mais 230,5 milhões do que no ano anterior. A Caixa Geral de Depósitos, maior entidade empresarial sob controlo do Estado, foi a principal responsável por este resultado, beneficiando da subida das taxas de juro.

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