Enviado de Biden no Médio Oriente para analisar reféns e nova trégua

7 meses atrás 97

"[O enviado do Presidente dos Estados Unidos] está no Cairo hoje e fará outras paragens na região. Uma das coisas que está a discutir é o potencial para um novo acordo de libertação de reféns, o que exigiria uma pausa humanitária de alguma duração", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

McGurk chegou ao Cairo no mesmo dia em que o Qatar confirmou a existência de "negociações sérias" entre Israel e o Hamas para uma trégua na Faixa de Gaza, alertando, porém, para os obstáculos já conhecidos, nomeadamente a rejeição da solução de dois Estados por parte do Governo israelita.

"Não posso dar pormenores agora, mas estamos envolvidos em negociações sérias entre as duas partes, o que nos deixa otimistas", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al Ansari, numa conferência de imprensa, lamentando que "existam vários obstáculos que afetam as negociações".

Sobre os "obstáculos", o representante referiu a "rejeição" do Governo israelita liderado por Benjamin Netanyahu em relação à criação de um Estado palestiniano independente e os apelos à "deslocação dos habitantes de Gaza" para fora do enclave.

Al Ansari indicou que existe uma "falta de confiança" entre Israel e o Hamas, na sequência do assassinato do número dois do gabinete político do movimento islamita palestiniano, Saleh al Arouri, no início de janeiro, em Beirute, e que "os contactos com a direção do grupo palestiniano em Gaza foram interrompidos durante algum tempo".

"Os desafios são grandes", afirmou Al Ansari, que reiterou que a mediação está atualmente centrada na cessação das hostilidades em Gaza, onde "0,5% dos habitantes da Faixa de Gaza foram mortos ou feridos".

No entanto, o porta-voz do Qatar indicou que os esforços de mediação "não vão parar seja qual for a situação no terreno" para chegar a uma trégua e mostrou-se "otimista" quanto ao sucesso dos contactos.

"O lado israelita tem de compreender que a continuação da guerra só conduz a mais perdas", insistiu o porta-voz da diplomacia do Qatar, cujo país foi o principal mediador na obtenção de uma breve trégua no final de 2023 em Gaza e na troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos que se encontravam nas prisões israelitas.

Nesta linha, o representante assegurou que "o Qatar é quem oferece as propostas" para alcançar entendimentos entre Israel e o Hamas durante esta nova ronda de "conversações" que considerou "sensíveis".

Na segunda-feira, o jornal israelita Walla, citando dois altos funcionários israelitas, avançou que Israel fez uma proposta de trégua de dois meses na guerra em troca da libertação dos reféns que o Hamas ainda mantém na Faixa de Gaza. Esta informação foi igualmente avançada pelo 'site' de notícias norte-americano Axios.

Na semana passada, o Qatar anunciou "o sucesso de uma mediação bem sucedida em cooperação com a França" para um acordo entre Israel e o Hamas para a entrega de medicamentos e de ajuda humanitária a civis na Faixa de Gaza.

A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 07 de outubro.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que tem provocado um elevado nível de destruição de infraestruturas na Faixa de Gaza.

A ofensiva israelita já matou mais de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza e feriu mais de 60 mil, segundo os números mais recentes divulgadas pelas autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.

Leia Também: Mulheres que foram reféns do Hamas denunciam violência sexual em Gaza

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