“Era óbvio”. Ana Gomes reage a buscas na Madeira e fala sobre ajuste direto “indicativo de corrupção”

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Ex-deputada europeia reagiu esta quarta-feira às buscas na Madeira e falou sobre uma denúncia que fez junto da Comissão Europeia em 2017.

A antiga deputada do Parlamento Europeu, Ana Gomes, reagiu esta quarta-feira de manhã às buscas da Polícia Judiciária na Madeira a recordou um documento que reportou à Comissão Europeia em 2017 a propósito de uma concessão da Zona Franca da Madeira por ajuste direto ao Grupo Pestana.

“Era óbvio, ululante, que a concessão da Zona Franca da Madeira por ajuste direto ao Grupo Pestana não era apenas contra a legislação europeia, era indicativo de corrupção, prevaricação, etc… reportei à Comissão Europeia em 2017. Aqui todos assobiaram para o ar”, realçou.

Buscas da @PJ na #Madeira – era óbvio, ululante, q concessão da #ZonaFranca por ajuste directo a Gr. Pestana não era apenas contra legislação europeia, era indicativo de #corrupção, #prevaricação,etc…reportei a CE em 2016. Aqui todos assobiaram p/ ar… https://t.co/RYSWvsVKdb

— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) January 24, 2024

A revista “Sábado” escreveu em março de 2021 que em 2017 (dois meses antes das assinaturas dos três contratos de venda da Quinta do Arco, o Governo da Madeira adjudicou sem concurso público a exploração da Zona Franca da Madeira à empresa de capitais privados e públicos (controlada pelo Grupo Pestana, que tem aquela concessão desde 1987.

Buscas na Madeira, Açores e continente

A Polícia Judiciária (PJ) está a efetuar cerca 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócios, entre outros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte indicou que as buscas na Madeira estão a decorrer “em várias áreas do Governo da Madeira e empresas”, tendo já a Câmara Municipal do Funchal confirmado as buscas da PJ.

Entre os crimes que estão na base desta investigação dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público estão suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso do poder, entre outros.

A mesma fonte adiantou que as buscas que decorrem em várias regiões do continente são essencialmente em empresas.

Questionada sobre se já há detidos nesta operação, a mesma fonte indicou que “ainda não”.

Num comunicado divulgado hoje de manhã, a Câmara Municipal do Funchal confirmou as buscas, sem adiantar mais pormenores.

“A Câmara Municipal do Funchal informa que um grupo de inspetores da Polícia Judiciária deu entrada esta manhã nas instalações do edifício dos Paços do Concelho, para a realização de buscas”, lê-se no comunicado divulgado pela autarquia (PSD/CDS-PP).

No documento, o município, presidido pelo social-democrata Pedro Calado, acrescenta que “está a colaborar na investigação em curso e a prestar toda a informação solicitada, num espírito de boa cooperação”.

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