"Esse bom Governo está a caminho": os compromissos de Montenegro para a próxima legislatura

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O líder do PSD, e a cabeça da Aliança Democrática, discursou durante 45 minutos onde se comprometeu a reconciliar com os pensionistas, a fixar os jovens, a resolver a saúde, a educação, mas sem nunca fazer promessas, ao contrário do Governo socialista, como referiu várias vezes. Montenegro pediu confiança dos portugueses no projeto.

Luís Montenegro encerrou a convenção da AD com um discurso de “compromissos” de seriedade, competência e responsabilidade. O líder do PSD ainda anunciou algumas medidas para a próxima legislatura (e até para uma eventual segunda). Dos idosos, aos jovens, a AD compromete-se a reconciliar com quem perdeu confiança no centro-direita.

"É um sinal de força é um sinal de energia, é um sinal de empenho, é um sinal de vitória, é um sinal de vitória isto o que se está hoje aqui a passar", gritou Luís Montenegro, no início do seu discurso, para uma plateia cheia e já entusiasmada pelo discurso de Pedro Santana Lopes que antecedeu, de surpresa, Montenegro.

Montenegro seguiu o seu discurso com uma questão, ou como o próprio apelidou, com um “exercício de honestidade”.

"Façamos um exercício de honestidade. Vamos abstrair nos aquilo que dizem os que servem o interesse partidário ou económico. Vamos exigir a todos honestidade. É ou não verdade que há muito tempo não havia uma liderança política que conseguisse juntar, agregar e fazer convergir tanta capacidade como aquela que se reúne aqui hoje?", interrogou.

Olhando para a plateia, o líder do PSD, e da coligação com CDS-PP e PPM, disse ver presente na conveção “três partidos políticos, centenas de cidadãos independentes qualificados e dinâmicos juntos pelo futuro, ambição, pelo inconformismo”.

Mais, e sobretudo, nesta “união” crê que sairá "um novo governo que vai transformar para melhor a vida de Portugal e dos portugueses".

“Esta aliança tem três pressupostos: uma nova atitude, um novo objetivo e novas políticas”, destacou Luís Montenegro.

Primeiro uma nova atitude: seriedade, competência e sentido de responsabilidade, enumerou o líder do social-democrata.

"A seriedade leva-nos a não prometer aquilo que sabemos que não podemos cumprir. As pessoas estão fartas de promessas não cumpridas, a campanha faz-se para esclarecer enão para leiloar. Que futuro podemos esperar de quem governa com objetivo inconfessado apenas de perpetuar o seu partido no poder?", questionou à plateia.

Para Luís Montenegro, a competência leva a AD “a mobilizar os melhores na tarefa de governar”, tendo presente no Congresso do Estoril várias figuras da sociedade civil, especialistas em diversas áreas.

Isso é o que difere este projeto do PS, segundo Montenegro.

"Acabou por cair um dos governos mais incompetentes que tivemos em Portugal", enunciou e, por isso, comprometeu-se em fazer "da competência o compromisso de honra" da AD.

Os mais velhos e os mais novos

O primeiro foco do líder social-democrata foram os pensionistas, eleitores marcadamente, e historicamente, socialistas. Por isso, o Luís Montenegro revelou: "esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas e os reformados de Portugal".

“Os valores do humanismo que temos nesta candidatura serão a orientação para que tenhamos os poderes públicos a evitar o isolamento, a solidão e muitas vezes a pobreza das pessoas com mais idade”, enumerou.

Por isso, o líder da coligação começou por revelar as primeiras medidas para a próxima legislatura.

“Vamos por isso valorizar as pensões seguindo os critérios da lei, valorizar aquelas que são as mais baixas, e vamos mesmo aumentar o valor de referência do complemento solidário para idosos para 820 euros numa primeira legislatura e para ser igual ao Salário Mínimo Nacional numa segunda legislatura”, detalhou.

A respeito dos jovens, o social-democrata disse ser um “desafio” de enfrentar e vencer “dar futuro aos jovens”.

Posto isto, Luís Montenegro revelou também medidas para a geração mais nova, uma taxa de IRS máxima de 15% para os jovens até aos 35 anos, a isenção de IMT de imposto selo na aquisição da primeira habitação e a garantia do Estado na parte necessária, a assegurar um financiamento bancário de 100% no valor de aquisição para os jovens em Portugal.

“Numa palavra, a nossa missão é juntar as famílias portuguesas, não podemos e não vamos falhar aos filhos de Portugal”, exclamou Montenegro.

Da mesma forma, a AD não quer falhar “às mulheres portuguesas”, como disse Montenegro e destacou “a insegurança e intranquilidade pela instabilidade nas urgências de obstetrícia e pediatria”.

Para o líder social-democrata, “este assunto está nas prioridades da AD, do próximo Governo”.

“Não podemos aceitar que as mulheres portuguesas estejam inquietas sem saber que vão ter atendimento nos hospitais, nós não podemos aceitar uma situação destas em Portugal”, enunciou.

IRS e IRC

Já na área de Economia, Luís Montenegro relembrou o que já teria sido enunciado por Nuno Melo, na manhã deste domingo, sendo uma das “grandes prioridades estratégicas” da AD: baixar os impostos sobre o rendimento de trabalho das pessoas e empresas.

“Baixar o IRS é fundamental para revigorar a classe média e não há país desenvolvido sem classe média forte”, fundamentou.

O líder do PSD também confessou desejar aumentar a produtividade em Portugal e, por isso, anunciou também uma proposta de isenção de impostos sobre os prémios de desempenho até ao limite de um vencimento mensal.

Saúde

Luís Montenegro revelou que a AD tem um plano de emergência para a Saúde, que tem sido das pastas mais criticadas sob a governação socialista.

Em primeiro lugar, o líder social-democrata explicou que no âmbito das consultas de medicina familiar, a AD irá encurtar o prazo de marcação das consultas, a implementação da teleconsulta como alternativa e assegurar um enfermeiro e medico de família recorrendo aos profissionais do SNS, a alguns do profissionais aposentados e também à capacidade do setor privado e social.

Depois, no âmbito das urgências, Montenegro afirmou que a AD quererá redefinir a rede e o sistema de incentivos a todos os profissionais e uma maior conjugação com os cuidados de saúde primários, onde disse querer assegurar a consulta e atendimento no próprio dia quando se trata de doença aguda.

Finalmente, ainda dentro de um plano de emergência, na circunstância das consultas e cirurgias de especialidade, a AD propõe-se a atribuir automaticamente um voucher de consulta ou cirurgia sempre que se atinja o tempo máximo de resposta garantido, ou seja, sempre que esse tempo que está definido for ultrapassado uma hora, o utente recebe o voucher para escolher o prestador de serviço e para ir à “procura da resposta que o Estado não conseguiu garantir”.

“Até ao final de 2025, queremos acabar com as listas de espera que excedem o tempo máximo garantido e dar uma resposta de medicina familiar a todos os utentes de Portugal”, exclamou.

Educação

Na educação, tal como já era conhecido, a AD vai querer “encerrar o tema da recuperação integral do tempo dos professores” e, como anunciou Montenegro, irá propor “acesso universal e gratuito as creches e pré-escolar, projeto dos 0 aos 6 anos”.

A respeito das forças de segurança, que têm estado em protestos há umas semanas, Luís Montenegro disse não poder prometer nada, mas que assumia o compromisso que o seu Governo iria encetar “logo de início” negociações com os representantes sindicais.

A exclamação final

Num discurso ponderado, não com promessas, mas com “compromissos”, como repetiu variadas vezes o líder desta coligação de centro-direita, Luís Montenegro terminou ao enumerar o “capital” português como tem sido subaproveitado pelos últimos governos portugueses.

“Não esperem aventuras e radicalismo. Os últimos 25 anos já mostraram várias vezes que os exageros de hoje se pagam amanhã,. Eu confio muito na sabedoria e ponderação dos portugueses, eu sei que apesar de todas as tentativas os portugueses não se vão deixar levar e enganar por jogadas de eleitoralismo infantil, eu sei que o portugueses estão mais atentos do que muitas gente diz e afirma na esfera pública”, afirmou Montenegro.

Depois, revelou que a AD iria aproveitar os recursos portugueses, de capital humano, e não só, para gerar riqueza que promove, em consequência, justiça social.

“Sei que em cada português, em cada família e instituição, empresa há muita capacidade, e há muita vontade de fazer mais, produzir mais, de atingir melhores resultados. O problema de Portugal não está nos portugueses, nos últimos anos tem estado no Governo ou na falta dele”, disse.

Para Montenegro, “os portugueses já deram muitas demonstrações de capacidade”.

"Sesta sala para o país, nós temos energia, nós temos historia, nós temos conhecimento, temos tradições, nós temos uma grande riqueza natural, temos identidade, língua, património, nós temos um grande povo, nós temos alma, a alma de Portugal, nós temos de fazer brotar toda esta capacidade, aquilo que se pede a um Governo é que não desperdice este capital e que pegue no potencial na capacidade e transforme em criação de riqueza que vai promover a justiça social", exclamou.

Por último, e em jeito de conclusão, Montenegro finalizou: “temos isto tudo, só não temos ainda um bom Governo. Os portugueses podem confiar que esse bom Governo está a caminho”.

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