Europa e China não se entendem. UE recusa proposta de preço mínimo

2 horas atrás 22

As tarifas de importação aos automóveis elétricos produzidos na China podem ter sido aprovadas, mas as negociações estão longe de terminar.

BYD Atto 3 frente

© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Se há uns dias as negociações sobre uma solução alternativa às tarifas de importação entre a União Europeia (UE) e a China pareciam estar a chegar a bom porto, agora parecem mais distantes do que nunca.

Fontes próximas à Reuters avançaram que a Comissão Europeia (CE) rejeitou a proposta de preço mínimo — estabelecido em 30 mil euros — do Governo chinês em alternativa às tarifas sobre os automóveis elétricos importados da China.

Não se conhecem muitos detalhes do que o Governo chinês propôs à CE, mas a solução do preço mínimo tem sido a mais discutida. De acordo com as mesmas fontes, a forma como este é calculado poderia variar consoante o construtor, o modelo ou até a sua autonomia. Estas avançaram ainda que preços mínimos de 35 mil euros a 40 mil euros serviriam como melhor ponto de partida para as negociações.

MG4, frente© MG

Bruxelas justificou a rejeição da proposta sob o principio de que as novas tarifas não são apenas para mitigar os preços praticados pelos elétricos “made in China” na Europa, mas também para remover o impacto dos subsídios estatais recebidos pelas empresas.

Impacto das tarifas

A proposta chinesa de implementar um preço mínimo, visava garantir que os construtores de elétricos produzidos nesse país respeitassem certos limites de preços, evitando que o mercado europeu fosse inundado com modelos com preços impossíveis de competir pelos concorrentes locais.

Dito isto, um dos apelos que o mercado europeu tem para os construtores chineses como a SAIC (que tem a MG) e a BYD é, precisamente, poder vender os seus modelos por valores bastante acima dos praticados no seu mercado interno. O que reduz ou anula as perdas associadas à guerra de preços que permanece no mercado chinês.

Com a aprovação das tarifas, as desejadas margens de rentabilidade vão sofrer, caso os construtores afetados não alterem o preço de venda dos modelos. E caso aumentem o preço para mitigar o impacto das tarifas, são as vendas que poderão sofrer. Nenhum dos cenários é desejável por parte dos construtores afetados.

Negociações vão continuar

Apesar das negociações que se prolongam por várias semanas, não parecem estar a surtir grande efeito.

Recordamos que no dia 4 de outubro, foi aprovado pela CE — sem maioria qualificada — a implementação das tarifas, que vão estar em vigor durante os próximos cinco anos. Contudo, o regulamento final só será anunciado no dia 30 de outubro. Até lá, pelo menos, as negociações entre UE e China prometem continuar.

Retaliação

Em resposta à aprovação das tarifas de importação sobre os carros elétricos importados da China, o governo chinês anunciou esta terça-feira (8 de outubro) tarifas anti-dumping temporárias sobre as importações de conhaque da UE, atingindo marcas francesas como a Hennessy e a Ramy Martin.

A França foi um dos países a votar a favor das tarifas, onde ficou acordado que iriam ser impostas taxas aos elétricos produzidos na China de até 35,3% (sobre os 10% já existentes).

Saiba quais as marcas e modelos afetados:

Elétricos "Made in China" UE aprova tarifas até 45% a elétricos feitos na China. Muitas abstenções e o contra alemão

Fonte: Reuters

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