"Falhei". Encontrada carta de suspeito de assassínio de Trump na Florida

2 horas atrás 24

A carta alegadamente escrita por Ryan Routh Reuters

Ryan Routh, de 58 anos, terá escrito há alguns meses uma carta a descrever uma "tentativa de assassinato" e a oferecer uma recompensa pela morte de Donald Trump, revelaram esta segunda-feira os procuradores responsáveis pela investigação.

Routh está acusado de dois crimes relacionados com a posse de armas, depois de ter alegadamente apontado a Trump uma espingarda tipo AK47, através da vegetação que rodeia o campo de golfe de West Palm Beach, no dia 15 de setembro. A carta foi encontrada numa caixa entregue por uma testemunha civil que permanece anónima. Com a carta, estavam alguma munições, um cano de metal e quatro telemóveis, revelaram os procuradores.

"Caro mundo. Esta era uma tentativa de assassínio de Donald Trump, mas falhei-vos", escreveu o suspeito. "Tentei o meu melhor com toda a coragem que pude".

"Cabe-vos agora cumprir a tarefa. Ofereço 150 mil dólares a quem puder fazer o trabalho", acrescentou. 

A carta, escrita vários meses antes de 15 de setembro e endereçada "ao mundo", poderá ajudar a provar a intenção de Routh no caso.

 Reuters

No carro conduzido por Routh, quando foi detido e no qual se tinha posto em fuga após ser intercetado pelo Serviço Secreto, foi ainda encontrada uma lista com datas de agosto, setembro e outubro, de lugares onde Trump tinha estado ou deveria estar.

De acordo com os elementos revelados pelos procuradores, os registos do telemóvel do suspeito indicam a sua presença nas vizinhanças de torres de comunicação perto do campo de golfe internacional de Trump, onde decorreu a tentativa de assassinato, e da sua casa em Mar-a-Lago, entre os dias 18 de agosto e 15 de setembro, o que pode implicar operações de vigilância.

Routh foi indiciado para já por posse de arma de fogo enquanto cadastrado e por posse de arma de fogo com número de série obliterado. São esperadas novas acusações. A procuradoria pede que ele fique sob detenção até ao seu julgamento.

Ryan Routh foi intercetado por um agente do Serviço Secreto responsável pela segurança de Donald Trump e que detetou o cano da espingarda entre os arbustos. O agente disparou na direção do suspeito, que se pôs em fuga. Uma testemunha fotografou o veículo da fuga, incluindo a matrícula, possibilitando à polícia interceta-la e deter Routh numa auto-estrada.

De acordo com algumas fontes ligadas à investigação, o suspeito não disparou qualquer tiro e não tinha linha de fogo desimpedida relativamente a Trump, que se encontrava a algumas centenas de metros.

Esta foi a segunda tentativa de assassinar o candidato presidencial republicano durante a campanha. A primeira ocorreu em julho, durante um comício e uma das balas disparadas pelo assassino feriu Donald Trump na orelha, de raspão. 

Desde então, o ex-presidente tem estado protegido por vidros à prova de bala em todos os seus comícios.

O Serviço Secreto reconheceu falhas nas suas operações para proteger Trump.


Com agências
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