Falta de professores põe em causa provas de aferição, diz Missão Escola Pública

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03 jun, 2024 - 20:27 • Fátima Casanova , Miguel Marques Ribeiro

Greve do STOP teve impacto nas escolas e "nem todos os alunos tiveram as mesmas condições para conseguir realizar estas provas", alerta o Movimento Escola Pública. Ministério da Educação abre concurso internacional para melhorar a rede informática.

A legitimidade dos resultados da provas de aferição realizadas esta segunda-feira foi posta em causa devido aos constrangimentos sentidos nas escolas, defende Cristina Mota, dirigente do movimento Missão Escola Pública.

Milhares de alunos do 8.º ano foram chamados, durante a manhã, a fazer a prova de aferição de Português. No entanto, nem todos tiveram as mesmas condições para a fazer, devido à greve convocada pelo S.TO.P. a todo o serviço associado à realização destes exames e a dificuldades no acesso à internet.

Cristina Mota, do movimento Missão Escola Pública, relata à Renascença a ocorrência de constrangimentos em algumas escolas, nomeadamente a falta de professores da disciplina de Português, o chamado professor coadjuvante, que obrigatoriamente as escolas têm de garantir no decorrer de qualquer prova.

"Foram reportadas algumas situações, nomeadamente na Escola EB2/3 da Costa da Caparica, onde as provas decorreram sem existir qualquer professor coadjuvante a assegurá-las nem mesmo qualquer professor de Português estava na escola quando estas provas decorreram. Também na Escola n.º 1 de Beja as provas tiveram lugar, em particular na escola secundária Diogo Gouveia, sem terem coadjuvante. E também na escola de Odemira foi reportado que existiram professores em greve que foram substituídos", declarou a representante do movimento.

Por outro lado, muitas das lacunas a nível informático foram apenas ultrapassados com recurso a material dos professores. Cristina Mota sublinha que os alunos não tiveram as mesmas condições para a realização dos exercícios que lhes foram propostos. "Numa altura em que existem tantos alunos com falta de professor, existem tantos alunos que não tiveram todas as aulas durante o ano letivo porque não lhes conseguiram assegurar professor e agora no final do ano também estão a ver as suas aulas condicionadas para a realização das provas de aferição".

O movimento Missão Escola Pública põe assim em causa a legitimidade das provas e respetivos resultados. "Nem todos os alunos tiveram as mesmas condições para conseguir realizar estas provas", argumenta a dirigente.

Ministério abre concurso internacional

Confrontada com as denuncias da Missão Escola Pública, nomeadamente ao nível informático, fonte do Ministério da Educação sublinha que estas provas, além de serem um instrumento de avaliação dos conhecimentos dos alunos, permitem também identificar as fragilidades da conectividade nas escolas.

Em resposta à Renascença, o gabinete de Fernando Alexandre anunciou, entretanto, que está a preparar o lançamento de um concurso público internacional para melhorar a rede informática.

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