Famílias com menores terão de sair de Pokrovsk perante avanço russo

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"Mais de 53 mil pessoas, incluindo quase quatro mil menores, ainda vivem aqui, mas recentemente a frente tem estado muito próxima", escreveu o governador da administração militar de Donetsk, Vadim Filashkin, no seu canal Telegram.

Neste contexto, as autoridades decidiram em reunião extraordinária decretar a saída forçada de menores e dos seus tutores legais das cidades de Pokrovsk e Rodinske, assim como de uma dezena de localidades vizinhas.

"A segurança das crianças é responsabilidade dos adultos. Quando as nossas cidades estão ao alcance de praticamente qualquer arma inimiga, a decisão de retirá-las é necessária e inevitável", justificou.

Pouco antes, o chefe da administração militar de Pokrovsk, Sergei Dobriak, tinha alertado numa entrevista de rádio que os residentes têm uma ou duas semanas no máximo para deixar a cidade e instou-os a fazê-lo enquanto ainda é possível.

Neste momento todos os serviços públicos continuam a funcionar, mas é provável que a situação se altere nos próximos dias, acrescentou o responsável, indicando ainda que todos os dias entre 500 e 600 pessoas saem de Pokrovsk de comboio ou utilizando os seus próprios meios de transporte.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou hoje que no eixo Pokrovsk, onde agora se concentram os ataques russos, decorrem "combates intensos", enquanto o Estado-Maior General das Forças Armadas Ucranianas contabilizou quase 50 assaltos repelidos naquela zona de ?frente nas últimas 24 horas.

No seu relatório diário de guerra, o Exército Russo informou ter tomado Zalizne, conhecida pelos russos como Artiomovo, num avanço em direção à cidade de Toretsk, um dos objetivos na região de Donetsk.

"As unidades do grupo militar Tsentr [Centro] libertaram Artiomovo, uma das grandes localidades da aglomeração urbana do distrito de Dzerzhinsk, na República Popular de Donetsk", foi anunciado.

Zalizne, até 2016 conhecida como Artiomovo, tinha uma população de cerca de 5.000 habitantes antes do início da guerra e localiza-se a menos de quatro quilómetros de Toretsk, cuja captura permitiria o avanço russo em direção a Konstantinivka, uma importante encruzilhada utilizada pela Ucrânia para fornecer as suas forças.

Trata-se de mais um passo na direção do bastião ucraniano de Kramatorsk e também corta a rota de abastecimento militar para Chasiv Yar, que está sitiado pelos russos há meses.

A Rússia não impediu o seu avanço gradual no leste e no sul da Ucrânia, apesar da incursão ucraniana na região fronteiriça de Kursk, onde as forças leais a Kiev ocuparam cerca de 1.200 quilómetros quadrados sem que o exército russo fosse capaz de detê-las.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

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