Déjà vu, expressão francesa que significa «já visto». Expressão usada pela primeira vez pelo psicólogo francês Émile Boirac no livro «L'Avenir des sciences psychiques» [O futuro das ciências psíquicas] e que define a ilusão de já ter vivido um acontecimento ou situação que está, de facto, a viver pela primeira vez na vida. Esse estranho sentimento de déjà vu foi o que viveu Portugal a 4 de julho de 2004. A cidade era outra, o estádio não era o mesmo, os onzes eram diferentes, o árbitro era novo, o resultado não foi bem igual, mas todos os portugueses perguntaram-se: «Como é que isto foi acontecer outra vez?» Recuando no tempo até 12 de junho de 2004, portugueses e gregos tinham dado o pontapé de saída do Euro 2004 no Estádio do Dragão, cidade do Porto. Os anfitriões tinham feito as honras da casa e ofereceram dois golos de vantagem aos visitantes, só reduzindo já perto do final por intermédio da jovem estrela da equipa, Cristiano Ronaldo. @Getty / A vitória sobre a Rússia (2-0) seguida por uma vitória sobre a Espanha (1-0) colocou Portugal na segunda fase juntamente com os gregos, que empataram com os espanhóis (1-1) e perderam com os russos, mas beneficiaram da derrota espanhola no último jogo para passar para os quartos de final. @Getty / Andreas Rentz No jogo da grande final, Portugal inteiro parou e o favoritismo pendia claramente para o lado lusitano. Os gregos, diziam muitos, seriam incapazes de vencer os portugueses na sua casa por duas vezes consecutivas. Mas Angelos Charisteas tinha outras ideias e, aos 57´, na sequência de um canto, antecipou-se a Costinha e Ricardo para cabecear para a baliza dos portugueses. Com muito mais coração do que cabeça na reação, Portugal nunca pareceu ser capaz de recuperar o soco estômago, vivendo no medo do erro, de perder a grande final em casa e passar ao lado da história. Quando Markus Merk apitou para o final, os gregos festejavam desenfreadamente no relvado, enquanto as lágrimas lusitanas corriam mundo. De norte a sul, a «Ocidental Praia Lusitana» vivia momentos de frustração, perguntando-se como tal tristeza podia acontecer... Novo jogo com os gregos e a velha e repetida sensação de tristeza.Murro no estômago, take 1
Murro no estômago, take 2