A renovação do Ford Kuga trouxe um visual mais moderno e um sistema híbrido plug-in mais eficiente, mantendo todos os argumentos positivos.
Ford Kuga Active X 2.5 PHEV
7.5/10
O Ford Kuga PHEV fez mais quilómetros em modo 100% elétrico do que esperava.
Prós
Eficiência do sistema hibridoComportamento dinâmicoEspaço no habitáculoContras
Alguns materiais a bordoCaixa CVTPreçoO Ford Kuga híbrido plug-in (PHEV) tem sido um dos modelos mais vendidos do mercado europeu, de todos os equipados com este tipo de solução. Por três anos consecutivos ficou mesmo no primeiro lugar das tabelas de vendas e este ano, tem estado em batalha com o BMW X1 e o Volvo XC60.
Para o tornar mais apelativo e manter o interesse, a Ford efetuou uma atualização ao seu visual e reforçou o conteúdo tecnológico. Podemos ver uma secção dianteira com novos grupos óticos e uma nova assinatura visual, que viu o logótipo da oval azul descer para o centro da grelha, por exemplo. Na parte de trás, o desenho global mantém-se inalterado.
Uma das maiores novidades nesta atualização do Ford Kuga passa por estar também disponível a versão Active, de visual mais aventureiro. Inclui proteções plásticas nas cavas das rodas, para-choques com proteções inferiores mais robustas e até proteções laterais inferiores com um visual a condizer. As jantes com 20” de diâmetro completam o visual, mas estão disponíveis apenas como opção.
Aposta na tecnologia
A bordo do Ford Kuga tudo parece igual ao que tínhamos antes desta atualização. Mesmo o painel de instrumentos, que já era totalmente digital, recebeu apenas um grafismo ligeiramente atualizado e personalizável.
Há está mesmo o novo ecrã central de comando tátil, que cresceu mais de 50%, passando das 8” para as 13,2”. Além disso, com o sistema SYNC 4, a conectividade também foi melhorada, seja para os dispositivos dentro do carro, através de Apple CarPlay ou Android Auto, ou com o exterior, ajudado por um modem 5G e atualizações remotas (over-the-air ou OTA).
A interface de utilizador foi também melhorada, estando mais simples de utilizar e com uma dose ligeira de personalização que permite colocar mais ao gosto de cada condutor.
Em termos de espaço no habitáculo, mantém-se tudo igual. A posição de condução é muito boa e o espaço nos lugares traseiros é bastante amplo, mantendo-se a possibilidade de regular os assentos na longitudinal (15 cm de ajuste). Desta forma, é possível optar entre mais espaço para as pernas de quem viaja atrás, ou por mais volumetria na bagageira, que pode chegar aos 536 litros de capacidade.
Sistema híbrido ainda mais eficiente
O sistema híbrido plug-in do Ford Kuga inclui um motor a gasolina de quatro cilindros, com 2,5 l, que funciona de acordo com o ciclo Atkinson (mais eficiente), e um motor elétrico que, em conjunto, conseguem gerar 243 cv de potência máxima combinada. São mais 19 cv que antes e são justificados pelas melhorias na caixa automática (CVT).
A tração é feita nas rodas dianteiras e, segundo a Ford, a autonomia em modo puramente elétrico fica a um quilómetro dos 70 km, com a ajuda de uma bateria com 14,4 kWh de capacidade.
No papel, nada disto soa muito entusiasmante, mas na prática, o sistema híbrido plug-in deste Kuga faz todo o sentido. Se tivermos acesso a um carregador em casa ou no trabalho, é mesmo muito simples esquecermo-nos de que existe um motor de combustão debaixo do capô.
Ainda que o teste tenha durado uns dias e não semanas de rotas variadas, não foi difícil conseguir em modo 100% elétrico um máximo de 67 km de autonomia, mesmo incluindo alguns quilómetros em autoestrada.
© André Mendes / Razão Automóvel As jantes de 20″ estão disponíveis apenas como opção.Para este resultado não foi dispensada a utilização do ar condicionado sempre que necessário, houve algum cuidado para aproveitar o potencial da travagem regenerativa e, claro, sem abusar do pedal da direita. No final fica um valor muito próximo do declarado pela marca.
Eficaz, mesmo sem energia
Sem acesso (simples) a um carregador, o sistema híbrido plug-in deixa de fazer algum sentido — talvez seja melhor optar pelo outro Kuga híbrido (FHEV ou Full Hybrid Electric Vehicle) que não necessita de carregamentos.
Ainda assim, mesmo quando a bateria do Kuga PHEV perde toda a sua carga, o sistema continua de «mangas arregaçadas» para fazer o melhor que consegue, recuperando toda a energia possível em qualquer travagem ou desaceleração.
Mesmo com a instrumentação a mostrar-nos 0 km de autonomia elétrica, o Ford Kuga circula muitas vezes — e durante algum tempo — com o motor de combustão desligado. Além disso, são raras as manobras de estacionamento que não são efetuadas silenciosamente em modo 100% elétrico.
Por esse motivo — ao contrário do que acontece com alguns sistemas semelhantes —, o consumo de gasolina nunca passa para valores estratosféricos.
No final do teste, com mais de 375 km percorridos, praticamente 230 km foram efetuados com o motor de combustão desligado. O resultado foi uma média de consumo de apenas 3,8 l/100 km, o que é mesmo muito bom para um motor de 2,5 l de capacidade a gasolina, com quase 250 cv e duas toneladas de peso.
Com carga na bateria, cheguei a registar em condução urbana, com muito trânsito, apenas 1,6 l/100 km. Isto em 23 km, dos quais 19,4 km foram percorridos em modo elétrico.
Kuga Active num plano mais elevado
Se a eficácia e eficiência do sistema híbrido plug-in surpreendeu, o mesmo aconteceu no plano dinâmico. Os 243 cv de potência combinada são um ponto positivo, a caixa automática de variação contínua nem tanto. Ainda assim, no que toca ao ruído, não é intrusivo ou desagradável.
O desempenho do chassis e da direção estão ao nível do que esperamos da Ford. Mesmo considerando que sendo um Active, com uma altura ao solo superior — 10 mm à frente e 5 mm atrás, o Kuga continua a oferecer uma boa dose de confiança a quem está ao volante. Os movimentos da carroçaria são muito previsíveis e simples de controlar, fazendo com que este SUV até seja divertido de conduzir.
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Preço da eficiência
Se os elétricos estão ainda num patamar de preço elevado, os híbridos plug-in não lhe ficam muito atrás. Além disso, em Portugal são ainda prejudicados devido ao cálculo do ISV, que penaliza as cilindradas elevadas — os 2,5 l do Kuga não ajudam. Dito isto, há uma atenuante: os híbridos plug-in pagam só 25% do valor total do ISV.
O Ford Kuga PHEV tem um preço de entrada de 49 726 euros, mas com o nível de equipamento ST Line. No nível Active X — o que testámos e o mais completo de quatro patamares disponíveis —, o valor sobe para os 53 753 euros. O tom verde da carroçaria (Bursting Green) como o da unidade testada, já faz parte do equipamento de série, ou seja, sem custo adicional.
O Kuga que testámos contava com a presença de algum equipamento opcional. Destacam-se as jantes de liga leve com 20” de diâmetro, o teto de abrir panorâmico e os pacotes Winter (Inverno) e Segurança. Este último inclui faróis dinâmicos LED, head-up display e alarme.
Depois de feitas as contas, o Ford Kuga Active X 2.5 Duratec PHEV presente neste ensaio custa 57 208 euros. Para que não seja tão «duro», à altura da publicação deste ensaio, a Ford indica que tem uma campanha a decorrer que baixa este valor para cerca de 48 500 euros.
O preço é elevado, mas está alinhado com outras propostas semelhantes no segmento.
Veredito
Ford Kuga Active X 2.5 PHEV
7.5/10
O Ford Kuga viu algumas das suas críticas melhoradas e recebeu uma atualização tecnológica no habitáculo. As suas virtudes mantêm-se inalteradas e o sistema híbrido plug-in está ainda mais eficiente. Além disso, ainda recebeu um visual mais desportivo e aventureiro, que também pode dinamizar a sua presença no mercado.
Prós
Eficiência do sistema hibridoComportamento dinâmicoEspaço no habitáculoContras
Alguns materiais a bordoCaixa CVTPreço
Especificações técnicas
Versão base:49.726€
IUC: 221€
Classificação Euro NCAP: 5/5
57.208€
Preço unidade ensaiada
Motor combustão: 155 cv às 5500 rpm
Motor elétrico: 97 kW (132 cv)
Potência máxima combinada: 243 cv Binário:
Motor combustão: 200 Nm às 4500 rpm
Motor elétrico: n.d.
Tem:
Abertura e fecho da bagageira mãos livresAlerta de saída de estradaAr condicionado com controlo automáticoAssistência de velocidade inteligente (ISA)Bancos dianteiros com certificação AGR e ajuste eléctrico com memóriasBarras de tejadilho em pretoCarregador sem fiosCobertura dos pedais em aluminioControlo automático de velocidade adaptativoDifusor traseiro exclusivo ActiveEmbaladeiras ActiveFaróis automáticos com luzes “follow me home”Grelha frontal em preto ActiveIluminação ao nível do solo e ambienteModos de condução selecionáveisPalas do sol do condutor e passageiro com iluminaçãoPiso duplo removível na bagageiraProteções nas portasReconhecimento de Sinais de Trânsito AvançadoRetrovisores aquecidos e recolhíveis eletricamenteSensores de estacionamento à frente e atrásSistema automático de estacionamentoSistema de chave inteligenteSistema de detecção de ângulo morto (BLIS)Sistema de iluminação em LEDSistema de som Premium B&O com 10 colunasSistema SYNC4 com ecrã tátil de 13,2″Suspensão Active mais elevadaTapetes à frente e atrás ActiveTejadilho pintado de pretoPack Winter (para-brisas “Quickclear”, bancos dianteiros e traseiros aquecidos, volante aquecido): 457 €
Pack Segurança (faróis dinâmicos em LED, head-up display e alarme): 1378 €
Jantes de liga leve premium de 20″: 1051 €
Teto panorâmico: 1261 €
Cabo de carregamento público: 216 €
Porcas de segurança: 53 €
Roda suplente: 142 €