“Depende do Chega a viabilização do futuro governo e caso isso não aconteça, teremos daqui a 6 meses, de novo, eleições nos Açores”, disse o especialista José Palmeira.
Os Açores estão longe de se afastar de uma crise política, com o PS a dizer que não viabiliza o governo da coligação. Tendo em conta esta posição, o politólogo José Palmeira considerou que o futuro dos Açores vai depender da posição do Chega.
“No caso dos Açores é evidente que o futuro governo vai depender da posição do Chega porque não basta a IL e o PAN absterem-se porque ainda fica a faltar um deputado. Como tal, depende do Chega a viabilização do futuro governo e caso isso não aconteça, teremos daqui a 6 meses, de novo, eleições nos Açores”, disse José Palmeira.
De recordar que a coligação do PSD/CDS/PPM venceu as eleições de domingo, nos Açores, reunindo 42,08% dos votos, obtendo assim 26 mandatos. Em terceiro lugar ficou o Chega com 9,19 % e cinco mandatos. André Ventura demonstrou-se disponível para “trabalhar em conjunto com o PSD” num governo de “estabilidade” para quatro anos.
O especialista também diz que esta situação se pode refletir a nível nacional. “Se acontecer o mesmo em termos nacionais, o PS também não irá viabilizar um Governo da Aliança Democrática”.
“O problema que vejo nisto: quando analisamos o argumento…e o argumento do PS é que não viabiliza o governo para impedir o Chega de se apresentar como única alternativa. Ora bem, isto é uma espécie de boomerang porque se amanhã o PS ganhar as eleições na República sem a maioria, o PSD pode dar a mesma resposta”, sublinhou.
Esta sexta-feira, Vasco Cordeiro do PS Açores referiu que “os partidos de direita e extrema direita constituem a principal ameaça à estabilidade política nos Açores”.
“O dever e a obrigação democráticos que recaem sobre o PS Açores são os de afirmar as diferenças do nosso projeto político sobretudo quando estão em causa opções estruturantes”, destacou.
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