Geopolítica e inflação lideram as preocupações a curto prazo dos “family offices”, revela UBS

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A geopolítica e a inflação lideram as preocupações a curto prazo; ao longo de cinco anos, as alterações climáticas e a dívida surgem como principais preocupações dos family offices.

O banco suíço publicou o “UBS Global Family Office Report 2024: balance is back” e nele conclui que as carteiras mudaram para alocações mais equilibradas, com as maiores ponderações de títulos de rendimento fixo (obrigações) dos mercados desenvolvidos registadas nos últimos cinco anos.

A confiança na gestão ativa aumentou como meio de diversificação das carteiras, enquanto a inteligência artificial (IA) lidera os temas de investimento, refere o UBS no seu relatório.

“Os investimentos alternativos continuam a constituir uma parte significativa das carteiras, proporcionando uma fonte adicional de diversificação e de rendibilidade”, defende o banco que considera que, a médio prazo, os family offices estão mais preocupados com o perigo de um grande conflito geopolítico, as alterações climáticas e os elevados níveis de endividamento.

O UBS publicou hoje o seu Global Family Office Report 2024 com informações de 320 family offices individuais em sete regiões do mundo. Representando famílias com um património líquido médio de 2,6 mil milhões de dólares e abrangendo mais de 600 mil milhões de dólares de riqueza, o relatório confirma-se como a análise mais abrangente e autorizada deste influente grupo de investidores.

“O nosso relatório de 2024 mostra que os family offices seguiram os planos de mudanças materiais na alocação estratégica de ativos previstos no relatório de 2023. Ao aumentarem as ponderações no rendimento fixo dos mercados desenvolvidos, reintroduziram um maior equilíbrio entre obrigações e ações”, afirmou George Athanasopoulos, Diretor de Património Familiar e Institucional Global, Co-Diretor de Mercados Globais da UBS.

O inquérito de 2024 mostrou que as carteiras dos family offices voltaram a ter um maior equilíbrio entre obrigações e ações. Possivelmente ajustando-se a um mundo de inflação moderada e taxas de juro directoras em queda, esta mudança parece refletir rendimentos (yields) elevados de obrigações e é consistente com os movimentos prenunciados pelo relatório do ano passado.

Em média, os family offices mantiveram as suas maiores alocações regionais na América do Norte (50%), mais de um quarto (27%) na Europa Ocidental e 17% na Ásia-Pacífico ou na Grande China.

Olhando para o futuro, a América do Norte e a Ásia-Pacífico (excluindo a Grande China) deverão ser os principais destinos das novas alocações, com mais de um terço a pretender aumentar as alocações a cada uma destas regiões nos próximos cinco anos (38% e 35%, respetivamente).

Quase quatro em cada 10 (39%) family offices em todo o mundo afirmam que atualmente dependem mais da seleção de gestores e/ou gestão ativa para melhorar a diversificação do portfólio, um aumento de 4% em relação a 2023.

No lado do investimento alternativo, os fundos de hedge são usados por um terço (33%) dos family offices para diversificação da carteira.

De uma perspetiva temática, a IA generativa é o tema de investimento mais popular, com mais de três quartos (78%) dos family offices afirmando que é provável que seja uma área de investimento nos próximos dois a três anos.

A geopolítica e a inflação lideram as preocupações a curto prazo; ao longo de cinco anos, as alterações climáticas e a dívida surgem como principais preocupações.

Ao longo de 12 meses, 58% dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de um grande conflito geopolítico. Também parece haver preocupações de que os bancos centrais só consigam reduzir as taxas de juro lentamente, com 37% dos family offices a afirmarem que têm preocupações com taxas de juro mais elevadas e 39% com uma inflação mais elevada.

Quando solicitados a olhar para o futuro ao longo de cinco anos, as preocupações a longo prazo ganham maior destaque. Embora o conflito geopolítico continue a ser a principal preocupação (62%), quase metade (49%) está preocupado com as alterações climáticas e quase o mesmo número (48%) está preocupado com uma crise da dívida, numa altura em que os países ocidentais estão sobrecarregados por elevados níveis de financiamento público.

A sustentabilidade está a tornar-se um tema cada vez mais importante, afetando não apenas as carteiras de investimento dos escritórios familiares, mas também as perspetivas de longo prazo das empresas em atividade. O estudo revela que mais de metade (57%) dos family offices com uma atividade operacional já têm em conta considerações de sustentabilidade para as suas atividades operacionais ou planeiam fazê-lo no futuro.

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