Governo do Bangladesh anuncia "investigação exaustiva" à violência no país

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"A comissão judicial vai investigar minuciosamente todos os pormenores, independentemente de quem esteve envolvido, e estamos empenhados em responsabilizar todas as pessoas que cometeram estes crimes", anunciou Arafat, numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros, em Daca.

"Será efetuada uma investigação exaustiva, queremos saber o que aconteceu", acrescentou.

Na quinta-feira passada, o governo formou uma comissão, presidida pelo juiz Khandaker Diliruzzaman para investigar a morte de seis pessoas a 16 de julho, durante os protestos estudantis marcados pela repressão policial.

As autoridades do Bangladesh ainda não pediram formalmente a este organismo que investigasse as mortes ocorridas depois de 16 de julho.

O ministro hoje recusou-se a dar um número oficial de mortos durante os protestos estudantis, referindo que o governo "ainda está a trabalhar nisso".

De acordo com o último balanço compilado pela agência noticiosa EFE, pelo menos 169 pessoas foram mortas nos últimos oito dias em atos de violência durante os protestos estudantis.

Os protestos começaram no início de julho para exigir o fim do sistema de quotas para o acesso ao emprego público. Embora inicialmente pacíficas, as manifestações ganharam intensidade na segunda-feira da semana passada, quando a primeira-ministra Sheikh Hasina rejeitou as suas exigências.

Desde esse dia, a polícia tem utilizado gás lacrimogéneo, granadas de atordoamento ou balas de borracha para dispersar os manifestantes.

O governo suspendeu os serviços de telefone fixo e de Internet na quinta-feira à noite e decretou o recolher obrigatório à meia-noite de sábado.

Apesar das acusações de repressão contra os estudantes, na opinião oficial o governo é a "vítima" e Arafat salientou a presença de agitadores "que atacaram locais do governo", como a estação de televisão pública BTV, onde se encontrou com a imprensa estrangeira.

No domingo, o Supremo Tribunal aceitou a exigência dos estudantes de pôr termo à quota de 30% das vagas de emprego público reservada aos descendentes de familiares que combateram na Guerra de Libertação que conduziu à independência do Bangladesh do Paquistão em 1971.

Entre a decisão do tribunal e a repressão dos protestos, os estudantes anunciaram uma trégua de 48 horas que termina hoje e ainda não indicaram os seus planos futuros.

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