Guerra na Ucrânia. Macron não exclui hipótese de enviar tropas se russos "conseguirem ultrapassar linhas da frente"

2 semanas atrás 37

"Se os russos passassem a linha da frente, se houvesse um pedido ucraniano - o que não é o caso atualmente - deveríamos legitimamente colocar-nos a questão", disse o presidente francês ao jornal The Economist, reiterando a crença na necessidade de manter a “ambiguidade estratégica” face a Vladimir Putin. "Não devemos excluir nada porque o nosso objetivo é que a Rússia nunca ganhe", afirmou Emmanuel Macron.

Em entrevista ao The Economist, o presidente francês sublinhou que tem "um objetivo estratégico claro: a Rússia não pode vencer na Ucrânia", defendendo que caso isso aconteça deixará de existir segurança na Europa. "Como já disse, não excluo nada, porque temos à nossa frente alguém que não exclui nada", reafirmou Macron, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.

Depois de ter causado polémica no final de fevereiro quando afirmou que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deveria “ser excluído” no futuro, o chefe francês de Estado voltou a insistir que “excluí-lo à priori seria não aprender as lições dos últimos dois anos”, quando os países da NATO excluíram inicialmente o envio de tanques e aviões para a Ucrânia antes de mudarem de ideias.

"Demasiado hesitantes na formulação dos limites"

"Quem pode fingir que a Rússia vai ficar por aqui? Que segurança haverá para os outros países vizinhos, a Moldávia, a Roménia, a Polónia, a Lituânia e muitos outros? E que credibilidades teriam os europeus se tivessem gasto milhares de milhões, se tivessem dito que a sobrevivência do continente estava em jogo e não se tivessem dotado dos meios para travar a Rússia?", questionou Emmanuel Macron. "Por isso, sim, não devemos excluir nada", reiterou.

Embora a maioria dos países ocidentais se tenham distanciado da posição do líder francês na resposta ao conflito na Ucrânia, Macron defendeu esta quinta-feira que os países europeus estão "demasiado hesitantes na formulação dos limites" devem sentar-se “à volta da mesa para construir um quadro coerente” em matéria de defesa. "A NATO é uma dessas respostas, não se trata de pôr a NATO de lado, mas (que) este quadro é muito mais vasto”, acrescentou.

c/agências

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