Habitação: “Quando o espaço para construção desapareceu é difícil meter o carro a andar”, diz Pedro Siza Vieira

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O ex-ministro da Economia considera que é preciso atacar os fatores que têm provocado um aumento nos custos da construção, como a demora nos licenciamentos e a fiscalidade. Já o ex-presidente do novobanco, António Ramalho, defende uma descida transitória do IVA na construção.

A falta de habitação nova aliada aos custos da construção têm sido um dos principais fatores que têm impactado o mercado imobiliário nos últimos anos provocando uma crise no sector para quem procura casa. “Quando temos menos capacidade de produção e quando o espaço para nova construção desapareceu é muito difícil voltar a meter o carro a andar”, afirmou Pedro Siza Vieira, durante a conferência da Century 21 Portugal, que decorre esta quinta-feira, 8 de fevereiro, no Casino de Lisboa.

O ex-ministro da Economia e da Transição Digital recordou que Portugal teve uma redução muito grande de novos fogos essencialmente no período da crise financeira pelo facto de os bancos terem deixado de dar crédito à promoção imobiliária e as famílias começarem a sentir dificuldades.

“O sector imobiliário vale hoje 7% a 8% do PIB e no início do século valia 17%. É preciso atacar os fatores que fazem subir o preço da construção, um deles é o tempo de licenciamento, a fiscalidade do sector imobiliário que é muito diferente do que acontece na Europa. Valia a pena repensar se não temos de baixar a fiscalidade da produção do imobiliário”, afirmou o sócio da PLMJ.

Neste painel dedicado ao mercado imobiliário esteve também presente o ex-presidente do novobanco, António Ramalho, que defendeu que a “medida mais óbvia” neste momento era descer de forma transitória o IVA na construção. “O preço de construção sem IVA está em 1.435 euros/m2. Se baixarmos o IVA durante um período de tempo isso pode incentivar os promotores”, afirmou.

Já Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário que integrou também este debate salientou que é preciso olhar de forma pragmática para os fatores que contribuem para o encarecimento da habitação. “O programa ‘Mais Habitação’ trouxe um aumento de impostos com a subida do IVA de 6% para 23%”, realçou.

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