“Impostos indiretos são os maus da fita” do OE 2024

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“Aumento transversal dos impostos indiretos” serviu para repor perda de receitas com as mexidas no IRS no OE 2024, disse hoje Amílcar Nunes da EY.

“Os impostos indiretos são os maus da fita. São quem acaba por pagar a festa”, disse hoje Amílcar Nunes da EY numa análise ao Orçamento do Estado (OE) para 2024, durante um evento esta quarta-feira em Lisboa organizado pela consultora e pelo Jornal Económico.

O responsável destacou que o OE devolveu 1.300 milhões de IRS às famílias, mas para pagar o custo, houve “um aumento transversal dos impostos indiretos”.

“Perante uma medida de redução da receita, esperar-se-ia uma medida de compensação”, mas acabou por ser o aumento de impostos indiretos a “nivelar os pratos da balança: toda a gente paga”, afirmou, destacando que em alguns casos é a camada da população com “rendimentos mais baixos” que acaba por ser mais penalizada.

Sobre o OE, aponta que existem “muitas pequenas alterações com impacto maior ou menor”, apontando o caso do IVA Zero; com o seu fim, o Estado vai arrecadar mais 600 milhões de euros.

No caso do ISP, apontou que esta rubrica implica uma receita de 400 milhões de euros, com o descongelamento progressivo da taxa de carbono.

Por outro lado, o imposto sobre o tabaco também sofre alterações significativas, com os cigarros convencionais a terem um “aumento muito expressivo numa componente específica”.

O responsável também destacou que o “conflito na Ucrânia” provocou a entrada de muitas “rotas de tabaco barato a entrar em Portugal”.

Já o Imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes (IABA) teve também um “aumento muito expressivo, na ordem dos 10%, incluindo refrigerantes”.

No caso do IUC, o Governo acabou por recuar na sua medida para aumentar a carga fiscal nos veículos até 2007. Agora, irá ter lugar apenas um “aumento do IUC indexado à inflação”, sendo de esperar um aumento da receita em 15 milhões.

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