Investigadora propõe-se criar bioadesivo a partir de cola produzida por ouriço-do-mar

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O trabalho valeu à aluna de doutoramento um prémio de 10 mil euros na primeira edição dos Troféus Clima e Biodiversidade da Fundação Maud Fontenoy, com sede em França e dedicada à preservação dos oceanos.

Inês Ventura quer reproduzir em laboratório a cola dos ouriços-do-mar para criar bioadesivos que podem vir a ter aplicações várias, nomeadamente em cirurgias, nanossensores e em engenharia de tecidos.

Citada em comunicado da FCUL, a investigadora justifica as vantagens do uso desta cola como adesivo com o facto de permitir aderir facilmente às superfícies mesmo na presença da água do mar, solidificar rapidamente, ser biodegradável e forte.

"Atualmente, a utilização de pontos ou suturas em algumas cirurgias, por exemplo em tecidos moles, ainda tem algumas desvantagens. Nestes casos, os pontos são substituídos por adesivos ou colas cirúrgicas. Existem dois tipos: os sintéticos que, apesar de eficazes, são tóxicos e os biológicos, que são mais biocompatíveis, mas a força adesiva não é tão forte", destacou.

No seu trabalho, Inês Ventura identifica primeiro as proteínas a produzir para criar artificialmente esta cola, que, nos ouriços-do-mar, é constituída por proteínas, açúcares e sais.

Depois de identificadas as proteínas-chave, a sua informação genética é inserida em bactérias de forma a replicar e produzir em larga escala essas proteínas, que, no fim, terão de ser purificadas antes de serem testadas quanto à sua toxicidade e função em células humanas.

À Lusa, a investigadora disse que já conseguiu produzir uma dessas proteínas, esperando resultados dentro de três anos.

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