Israel lançou um programa de reconhecimento facial na Faixa de Gaza

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Israel começou um projeto de reconhecimento facial em massa na faixa de Gaza, de modo a identificar uma lista de palestinianos procurados e principalmente ligados ao grupo terrorista do Hamas. Foi criada uma base de dados de palestinianos sem o consentimento dos mesmos, revela o The New York Times. Este programa começou a ser desenvolvido depois do atentado terrorista de 7 de outubro, que matou centenas de israelitas.

O programa utiliza uma ferramenta personalizada desenvolvida pela empresa israelita Corsight para identificar pessoas pertencentes ao Hamas. Segundo o NYT, o sistema também usa de alguma forma o Google Fotos para identificar pessoas de interesse. Este sistema de reconhecimento facial foi desenvolvido em conjunto com os serviços militares israelitas que estão em Gaza, de acordo com o jornal britânico The Times.

Após os ataques a Israel, vários oficiais da unidade principal de inteligência das Forças de Defesa israelita (conhecida como Unidade 8200), identificaram possíveis alvos através de imagens das câmaras de segurança e vídeos que o Hamas tinha publicado nas redes sociais.

Com o objetivo de fazer crescer ainda mais o próprio banco de dados e identificar possíveis alvos, o exército israelita instalou postos de controlo equipados com câmaras de reconhecimento facial ao longo das principais estradas que os palestinianos usavam para fugir. Um oficial disse ao NYT que o objetivo era criar uma “lista de alvos” das pessoas que participaram no ataque de 7 de outubro. O The New York Times conta a história de Mosab Abu Toha, um homem que foi vítima erradamente do reconhecimento facial israelita. A 19 de novembro quando se aproximava de um posto de controle israelita ouviu o seu nome ser chamado, e acabou por ser detido e levado para um interrogatório.

“Eu não fazia ideia do que estava a acontecer ou como poderiam saber o meu nome completo e legal” disse o homem de 31 anos que não pertence aos militantes do Hamas, e que estava a tentar fugir de Gaza para o Egito.

Fontes ligadas ao exército israelita disseram ao The New York Times que a tecnologia da Corsight nem sempre era precisa e que tinha algumas falhas, como por exemplo em imagens granuladas ou fotos onde os rostos das pessoas estavam mais escuros.

A Corsight está principalmente direcionada para usos governamentais e militares. Em 2022 a empresa afirmou que estava a desenvolver uma ferramenta que poderia criar um modelo do rosto de uma pessoa com base no próprio DNA. No ano passado, a Corsight trabalhou também com a polícia metropolitana de Bogotá, na Colômbia, de modo a localizar suspeitos de assassinato e roubo no sistema de transporte público.

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