Jardim critica negociações "para a foto" e atira: "Assembleias à Putin"

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Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional da Madeira, criticou, esta segunda-feira, as negociações em curso para consensualizar propostas para o novo programa do atual executivo, liderado por Miguel Albuquerque, e para as quais foram convidado todos os partidos com assento parlamentar na Assembleia Legislativa.

"Não é sério, nem competente, fazer 'negociações' sem discrição e sem separação, 'ao molho' para a foto e para 'levar' bem-intencionados", afirmou o social-democrata, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter). 

Mas o antigo líder madeirense foi mesmo mais longe e atirou: "É desprestigiante para a Madeira, a Autonomia e o PSD, assembleias à Putin com 'unanimidades' de dependentes receosos". 

Recorde-se que o Governo Regional da Madeira reúne-se hoje com Chega, IL e PAN numa tentativa de consensualizar propostas para o novo programa do executivo, a apresentar brevemente à Assembleia Legislativa.

Não é sério,nem competente,fazer “negociações”sem discrição e sem separação,”ao molho”para a foto e para “levar”bem-intencionados.
É desprestigiante para a Madeira,a Autonomia e o PSD,assembleias à Putin com “unanimidades”de dependentes receosos.

— Alberto Joao Jardim (@AlbertoJoaoJar1) June 24, 2024

PS e JPP também foram convidados, mas já anunciaram que não vão estar presentes.

Os socialistas justificaram a ausência por considerarem que esta reunião "é uma encenação" e "uma farsa".

"Nós não alinhamos nestas encenações e nestas farsas. E, portanto, não temos a confiança no Governo, não temos a confiança em Miguel Albuquerque e, por isso, a nossa posição mantém-se", afirmou no sábado Paulo Cafôfo, aos jornalistas à margem de uma reunião da comissão política do PS/Madeira, na sede do partido, no Funchal.

Para o dirigente socialista, "o que está em causa não são as medidas, o que está em causa é precisamente este Governo do PSD e o seu presidente, Miguel Albuquerque".

Por seu lado, o JPP disse que não quer "fazer parte de um encontro onde os intervenientes não têm credibilidade no uso da palavra, não são de confiança e praticam a mentira, com a ajuda dos meios de propaganda subsidiados pela região".

Num comunicado hoje divulgado, o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, disse que os militantes e os órgãos do partido decidiram, em encontros realizados no sábado, que não iriam participar em "reuniões secretas feitas nas costas do povo".

Na quarta-feira passada, Miguel Albuquerque anunciou a retirada da discussão do programa do Governo que seria chumbado no parlamento madeirense no dia seguinte, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 que compõe o hemiciclo, anunciaram o voto contra.

Na quinta-feira, o executivo madeirense indicou, em comunicado, que convidou todos os partidos com assento parlamentar para uma reunião, na segunda-feira, para consensualizar propostas para o Programa do executivo.

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.

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