Para Juncker, e perante o possível regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca está a causar agitação em Bruxelas, esta hipótese deve ser abordada com "calma", lembrando que, em 2018, apesar de uma relação "tumultuosa" com o ex-Presidente norte-americano, o antigo líder da Comissão Europeia conseguiu neutralizar uma guerra comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos.
Juncker aconselhou que, com Donald Trump, os políticos europeus devem mostrar "educação", mas também "uma firmeza que não deixe margem para ambiguidades", acrescentando que os Estados Unidos - tal como a Rússia ou a China - procuram sempre não considerar a Europa como uma "entidade constituída", mas como um conjunto de países que nem sempre falam a uma só voz.
"Por isso, temos de consolidar as políticas europeias, temos de mostrar aos americanos que os europeus, no essencial das coisas e nos problemas que surgirão no horizonte, têm a mesma atitude", insistiu Juncker numa entrevista à agência France Presse.
Juncker diz que esta estratégia se aplica de igual forma à atual vice-Presidente norte-americana e candidata democrata, Kamala Harris.
"Kamala Harris, se for eleita Presidente, defenderá decisivamente os pontos de vista americanos. (...) Será uma relação amigável, mas não isenta de conflitos", argumenta o antigo líder europeu.
Para Juncker, ambos os candidatos têm em comum uma ligação mais distante com a Europa do que outros presidentes norte-americanos, nomeadamente com o atual, Joe Biden.
Quanto a Donald Trump, Juncker diz que o candidato republicano"sempre considerou a União Europeia como uma máquina de guerra inventada pelos europeus para reduzir a influência americana no mundo".
Para Juncker, outro ponto em comum entre os dois candidatos à Casa Branca é que ambos exigirão que os europeus assumam mais responsabilidade pela sua própria segurança.
"A exigência de aumentar o esforço de defesa europeu para 2% do PIB continuará a ser o principal pedido que os americanos nos dirigirão, seja o Presidente Harris ou Trump", concluiu Juncker.
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