Líbia. Mais de 60 corpos de migrantes encontrados em vala comum no deserto

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Numa publicação no Facebook na segunda-feira, o Departamento de Investigação Criminal do Ministério do Interior em Tripoli divulgou imagens de drone de uma área deserta onde se veem corpos identificados com números e presos com fita amarela.

Este departamento indicou que as vítimas foram encontradas no vale de al-Jahriya, na cidade de Al Shuwairf, a cerca de 421 quilómetros de Tripoli, e que, após recolha de amostras de ADN, todos os corpos foram enterrados num cemitério.

“Cada caso de um migrante desaparecido ou de uma perda de vida representa uma família em luto em busca de respostas sobre os seus entes queridos”, lamentou um porta-voz da OIM. “O custo da falta de ações adequadas é visível no aumento das mortes e das condições perturbadoras em que os migrantes se encontram”.
A Líbia transformou-se nos últimos anos numa rota popular para os migrantes que fogem dos conflitos e da pobreza para a Europa através do Mediterrâneo.
Para esta organização da ONU, a mais recente tragédia “realça a necessidade urgente de dar resposta aos desafios da migração irregular, nomeadamente através de uma resposta coordenada ao tráfico de migrantes”.

A OIM pede ainda às autoridades líbias que assegurem a recuperação, identificação e transferência digna dos restos mortais dos migrantes e que notifiquem as famílias dos mesmos assim que possível.

Segundo as Nações Unidas, pelo menos 3.129 pessoas morreram ou desapareceram em 2023 na rota do Mediterrâneo, a mais mortífera entre todas as rotas migratórias.

A Líbia, rica em petróleo, acolhe um total de 704.369 migrantes de mais de 43 nacionalidades, de acordo com os dados recolhidos pela ONU em 100 municípios líbios em meados de 2023.

No verão do ano passado, o presidente tunisino e a presidente da Comissão Europeia assinaram um acordo de "parceria estratégica" com o objetivo de combater o tráfico humano.

O acordo, que inclui um financiamento de mais de 100 milhões de euros, prevê um maior controlo de fronteiras, um aumento das operações de resgate e a melhoria dos registos e deportação de migrantes.

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