Líder da TotalEnergies vai a Maputo com garantia de investimento para retomar megaprojeto de gás

2 horas atrás 23

Num encontro com investidores, na quarta-feira, o líder da petrolífera francesa, Patrick Pouyanné, reconheceu “progressos no terreno”, no combate ao terrorismo que em 2021 levou a TotalEnergies a suspender o investimento em Cabo Delgado, e sublinhou a “aliança” que Moçambique tem com o Ruanda, que assegura a segurança na área de instalação do projeto, na península de Afungi.

O presidente da TotalEnergies assegurou que quase 80% dos 14 mil milhões de dólares necessários para o megaprojeto de gás em Cabo Delgado estão garantidos e que se reúne este mês em Maputo com o novo Presidente moçambicano.

Num encontro com investidores, na quarta-feira, o líder da petrolífera francesa, Patrick Pouyanné, reconheceu “progressos no terreno”, no combate ao terrorismo que em 2021 levou a TotalEnergies a suspender o investimento em Cabo Delgado, e sublinhou a “aliança” que Moçambique tem com o Ruanda, que assegura a segurança na área de instalação do projeto, na península de Afungi.

“Há uma eleição em Moçambique [eleições gerais em 09 de outubro], um novo Presidente há de chegar. Eu próprio tenciono visitar Moçambique no final do mês, para me encontrar com ele, para discutir a forma como as novas autoridades moçambicanas tencionam manter esta aliança com o Ruanda”, anunciou Patrick Pouyanné.

Moçambique realiza em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas eleições para assembleias e governadores provinciais.

Pouyanné acrescentou neste encontro que o projeto para aquela área, “herdado da Anadarko” – A TotalEnergies comprou em 2019 a quota de 26,5% daquela petrolífera no Mozambique LNG (Área 1) por 3,9 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros), contava com um pacote de financiamento “bastante grande”, de cerca de 14 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros), e que desse total, “70 a 80%” está “confirmado” pelos financiadores.

“Estão empenhados nisso e estamos à espera que três deles confirmem também o seu compromisso, porque é importante. E alguns deles estão em países ocidentais onde, eu diria, a posição em relação ao financiamento de projetos energéticos, de projetos de petróleo e gás mudou. Mas todos eles nos dizem, repetem-nos, que estão comprometidos com o contrato que assinaram. Por isso, estamos à espera das luz verde para este financiamento”, explicou, garantindo que só aguardam essa confirmação para “reiniciar o projeto”.

O objetivo, insistiu, é o início de produção de Gás Natural Liquefeito (LNG, na sigla em inglês) em Afungi em 2029, o que implica a previsão de “reinicio do projeto em 2024”.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.

O Presidente de Moçambique disse em 02 de maio, em Maputo, ser fundamental a retoma dos megaprojetos de gás natural face à “promissora estabilidade” em Cabo Delgado, palco de ataques terroristas, afirmando que as decisões financeiras não podem ser argumento nesta fase.

“É fundamental isso porque não pode ser problema de decisão financeira, agora, associado à situação terrorista. Esse projeto já existia, já é antigo. Isso significa que havia clareza na sua execução. Não pode encalhar por esta razão, que se procurem outras”, criticou Filipe Nyusi.

Ler artigo completo