Líder do PS diz que “não significa não” sobre extrema-direita

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Depois de ter passado por Madrid, o líder do PS está de visita a Bruxelas para estabelecer contactos na Europa. Mesmo assim, encontrou tempo para almoçar com António Costa.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse esta manhã em Bruxelas que “não significa não” relativamente à extrema-direita, em Portugal e na União Europeia (UE), comprometendo-se a trabalhar para uma vitória socialista nas eleições em Portugal e europeias.

“Para nós, é muito claro: quando se trata da extrema-direita, não significa não. Nada de coligações, nada de acordos parlamentares, nada de negócios ocultos nos bastidores, nada de cópias em papel da sua agenda dura”, declarou Pedro Nuno Santos, intervindo no Parlamento Europeu, em Bruxelas, perante a bancada dos Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D).

Intervindo numa reunião com o grupo político do PS na assembleia europeia, o secretário-geral garantiu que a posição dos socialistas deve “ser forte e coerente antes e depois qualquer dia de eleições”.

“Somos diferentes deles, e temos muito orgulho nisso […]. É por isso que temos de nos manter unidos, trabalhar lado a lado incansavelmente para ganhar as próximas eleições – primeiro as eleições nacionais em Portugal e depois as eleições europeias em junho”, adiantou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral do PS vai, entretanto, almoçar em Bruxelas com o primeiro-ministro, António Costa, ambos na capital belga, defendendo que o seu antecessor e chefe de Governo demissionário “será o que desejar”.

“O almoço foi confirmado entre nós, são dois camaradas que vão almoçar. A passagem do testemunho já foi feita no congresso do partido […], mas obviamente que somos camaradas e continuaremos a trabalhar em conjunto”, declarou Pedro Nuno Santos.

Falando à imprensa portuguesa em Bruxelas, no dia em que se deslocou à capital belga para se reunir com responsáveis socialistas europeus, Pedro Nuno Santos disse que António Costa, que está na cidade para assistir à cerimónia da Comissão Europeia a Jacques Delors e para participar na cimeira europeia extraordinária de quinta-feira, é “dos líderes políticos mais respeitados e admirados ao nível europeu e isso é um motivo de orgulho”.

O peso dessa responsabilidade é enorme, a consciência da realidade e que sucedo a um grande líder político em Portugal e na Europa”, acrescentou.

Questionado sobre um eventual futuro cargo europeu para o ex-secretário-geral do PS e atual primeiro-ministro demissionário, como o de presidente do Conselho Europeu, Pedro Nuno Santos vincou: “António Costa será aquilo que desejar e terá o apoio do PS”.

Vincando que o PS tem “um projeto político muito diferente” da oposição, a poucas semanas das eleições legislativas de março, o líder socialista apontou que “os partidos de direita não crescem porque falamos ou deixamos de falar neles”.

“Era só o que faltava, que houvesse uma força política em crescimento sobre a qual não se pudesse dizer nada. Há uma força política em crescimento em Portugal e não podemos ignorar, aliás, não temos o direito de ignorar, temos de assumir e dar-lhe combate”, argumentou. E adiantou: “A única forma de travarmos o avanço da extrema-direita é com os socialistas e com o PS em Portugal”.

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