"Ele tem um percurso exemplar de dedicação à causa pública", disse Luísa Salgueiro, eleita pelo PS, em audiência de julgamento no Tribunal São João Novo, no Porto, onde o vereador está a ser julgado.
O arguido, eleito pelo PS, está acusado de ter usado entre julho de 2018 e agosto de 2019 (anterior mandato autárquico) uma viatura municipal em viagens pessoais, fora do exercício de funções públicas, nomeadamente em fins de semana, feriados e férias pessoais, fazendo-se transportar a si e outras pessoas, entre os quais, os familiares.
Ainda de acordo com a acusação, o arguido terá usado o dispositivo Via Verde adstrito à viatura, abastecendo o veículo com o cartão Galp frota, ambos titulados pela autarquia, imputando a esta os custos das portagens e abastecimentos associados às descritas deslocações, no valor global de 664,40 euros.
Em primeira audiência, António Correia Pinto negou que tivesse usado a viatura municipal para viagens pessoais, tal com está acusado, mas sim para fins profissionais.
Luísa Salgueiro contou que o vereador reformou-se há um mês e pediu-lhe para sair, mas ela insistiu para que ele se mantivesse até ao fim do mandato porque é "uma pessoa muito importante" no executivo.
Cingindo-se à data dos crimes, a autarca relembrou que ele tinha os pelouros das obras municipais, educação, ambiente e habitação, o que significa que "todo o investimento pesado estava com ele".
"Eu costumava dizer que ele tinha a câmara às costas", frisou, acrescentando ser uma pessoa "muito dinâmica, ativa, imparável e viciada em trabalho".
Reafirmando ser um profissional "muito dedicado", a presidente da autarquia, do distrito do Porto, salientou que Correia Pinto discutia os projetos e as obras com os engenheiros levando para as reuniões ideias, exemplos e soluções, sendo até apelidado, na brincadeira, de empreiteiro.
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