Mais de 42.000 médicos venezuelanos emigram devido à crise

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O presidente da FEV, Douglas León Natera, apontou, na quinta-feira, os baixos salários, a escassez de material e as precárias condições de trabalho, como algumas das causas da emigração dos profissionais de saúde.

"Nós parámos a certificação em 42 mil (médicos). É possível que muitos mais tenham saído, mas esse é o número que quantificámos, de médicos que foram para o estrangeiro, procurar melhores condições de vida e para enviar remessas às famílias", afirmou, ao diário El Impulso.

Douglas León Natera denunciou que "cerca de 97% dos hospitais do país carecem de suprimentos", registam falhas constantes de abastecimento de água e eletricidade, medicamentos, equipamentos cirúrgicos, camas e manutenção de elevadores.

"E os trabalhadores do setor da saúde já não podem viver com salários de fome", frisou, sublinhando que também "a perseguição do governo contra os trabalhadores" do setor levou a "demissões em massa e à migração de médicos de todas as especialidades".

León Natera estimou que no país existam perto de 80 mil médicos e insistiu que o governo venezuelano tem de avançar com um programa de recuperação hospitalar, já pedido, mas até agora sem resposta.

A FMV acusou ainda o governo de "ocultar informação relacionada com a saúde", em particular os dados sobre a dengue, a tuberculose e outras doenças anteriormente declaradas controladas e desaparecidas no país.

"Não sei qual é a razão desta ocultação. Ao não ter dados e o número de patologias ativas no país, os médicos não têm forma de as atacar. Falar em prevenção e cura, como o Governo faz, é copiar a política de países como Cuba, que sempre escondeu os números gerais das doenças e, em consequência, espalham-se e não há como prevenir e curar de forma eficaz", disse.

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