Marcelo foi eleito há oito anos. O 'filme' da Presidência até aqui

8 meses atrás 72

Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito há oito anos como Presidente da República. No dia 24 de janeiro de 2016, o professor catedrático de Direito, jornalista, comentador político, filiado no PSD, deixou de ser isso tudo para desempenhar a função mais importante da sua vida: a de Chefe de Estado de Portugal.

Ao longo destes dois mandatos, o Presidente dos "afetos", como chegou a ser chamado, passou por várias provações. Apenas um ano e meio depois de tomar posse, defronta-se com uma tragédia. Os incêndios de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, em junho de 2017, que mataram mais de 60 pessoas. Nos dias seguintes, desloca-se aos locais atingidos para confortar a população, algo que suscitou tanto elogios como críticas.

Semanas depois, explode o caso Tancos, uma investigação que sempre defendeu devia ser levada “até ao fim” e "doa a quem doer".

Em outubro do mesmo ano, nova tragédia. Mais um incêndio, novamente no Centro do país, mata mais 50 pessoas. Marcelo não só passa três dias na região, como decidiu lá passar o Dia de Natal e alguns dias de agosto, para "mostrar como é importante que haja turismo nas zonas afetadas" pelos fogos.

Em setembro de 2018, a cerca de três meses de fazer 70 anos, idade de jubilação, profere a sua "última aula", como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, despedindo-se da "fascinante aventura" do ensino, que diz ser a "verdadeira vocação" da sua vida, a partir da qual fez tudo o resto.

No mesmo dia, outra polémica. Anuncia a nomeação de uma nova procuradora-geral da República, Lucília Gago, por proposta do Governo, não reconduzindo Joana Marques Vidal.

Estávamos no início de 2019, quando o Presidente da República surpreende tudo e todos com uma visita, sem aviso prévio e sem comunicação social, ao bairro Jamaica, no Seixal, 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia naquele local, que levaram à abertura de um inquérito do Ministério Público e outro da direção nacional da PSP. A visita, como seria de esperar, gerou muita polémica.

A 26 de outubro desse mesmo ano, dá posse ao XXII Governo Constitucional da República e avisa o primeiro-ministro, António Costa, que "não será fácil a tarefa que o espera".

Em 2020 chega a pandemia da Covid-19 e mais um desafio com que Marcelo Rebelo de Sousa com certeza não contava quando se candidatou à Presidência da República.

Pandemia e duas quedas de Governo

Durante dois anos, o país (e o mundo) conheceram uma nova realidade, com confinamentos, isolamentos, medidas excecionais de contenção que não agradaram a toda a gente.

Em dezembro de 2020 anuncia a sua recandidatura ao cardo de Presidente da República e a 24 de janeiro de 2021 é reeleito com 60,67% dos votos.

Passados alguns meses, em novembro, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, a 27 de outubro, anuncia formalmente ao país, a decisão de "devolver a palavra ao povo". Dissolve o Parlamento e marca eleições legislativas para 30 de janeiro de 2022, nas quais o PS vence com maioria absoluta.

Entre outras polémicas (que pode recordar aqui) nos últimos dois anos, sobressaem as suas declarações sobre a investigação de abusos contra crianças na Igreja Católica Portuguesa, em que declarou não estar surpreendido e, mais recentemente, o caso das gémeas luso-brasileiras que, alegadamente, terão sido beneficiadas no acesso ao medicamento mais caro do mundo.

Em novembro de 2023 lida com uma nova queda do Governo, no âmbito da operação Influencer, e dissolve, pela segunda vez nos seus oito anos de mandato, o Parlamento.

Recorda a Lusa que, nestes oito anos, Marcelo Rebelo de Sousa usou 37 vezes o veto político e vetou cinco diplomas por inconstitucionalidades, na sequência de pedidos de fiscalização preventiva que submeteu ao Tribunal Constitucional.

Em quase 3 mil dias de mandato, o Chefe de Estado atribuiu mais de 1.400 condecorações e fez 141 deslocações a países estrangeiros, entre os quais ao Brasil, EUA, Ucrânia, Rússia, Afeganistão e Angola.

Além de outras situações pessoais, durante este oito anos, Marcelo passou por duas situações médicas que foram alvo de atenção. Primeiro foi operado a uma hérnia, depois fez um cataterismo.

Leia Também: Marcelo Rebelo de Sousa. Os 80 momentos marcantes desde a eleição

Todas as Notícias. Ao Minuto.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online.
Descarregue a nossa App gratuita.

Apple Store Download Google Play Download

Ler artigo completo