Continental vai passar a utilizar eletricidade renovável para produzir vapor que é essencial na produção de pneus.
É a quarta maior exportadora do país e está a acelerar na descarbonização da produção. A fábrica de pneus da Continental em Lousado, concelho de Famalicão, distrito de Braga, encontra-se habitualmente nos lugares de topo das maiores exportadoras nacionais.
Agora, rumo à descarbonização da sua produção, inaugurou uma caldeira elétrica para gerar vapor a partir de eletricidade renovável, anunciou hoje a companhia alemã.
A eletricidade é produzida através de painéis solares fotovoltaicos, e também via rede elétrica, para gerar o vapor que antes era gerado exclusivamente a partir de gás natural.
A empresa explica que, na indústria de pneus, “grande parte da energia consumida é utilizada para gerar vapor, necessário para dar forma aos pneus, no processo conhecido como vulcanização. A energia térmica transforma a borracha bruta em borracha flexível e elástica”. Esta unidade produz mais de 18 milhões de pneus por ano, com a empresa a qualificá-la como uma “mega fábrica”.
A Continental destaca que a “nova caldeira elétrica a vapor converte energia solar e outra eletricidade verde em vapor quase sem perdas. A água é bombeada da parte inferior da caldeira para o topo, onde é pulverizada nos elétrodos. A corrente elétrica flui através dos jatos de água e cria calor dentro dos reservatórios da água até que ela se evapore em vapor”.
Mas a caldeira a gás vai continuar a funcionar a par da caldeira elétrica, permitindo “reagir de forma flexível à disponibilidade oscilante de energias renováveis e a outros fatores ambientais”.
“Em Lousado, estamos a demonstrar que mesmo as fábricas de pneus de grandes dimensões podem atingir uma produção neutra em termos de CO2. Para isso, a disponibilidade de fontes de energia renováveis a preços competitivos é crucial. Estamos a preparar todas as nossas fábricas para que possam utilizar o máximo possível de energia renovável. A entrada em funcionamento da nossa caldeira elétrica a vapor em Lousado é o início de uma emocionante curva de aprendizagem”, disse, em comunicado, Bernhard Trilken, responsável pela unidade de negócios de Manufatura e Logística da empresa.
Em Lousado, o sol brilha em média sete horas, recuando para quatro horas no inverno; em Berlim, o sol brilha apenas 1,8 horas por dia no inverno.
“A nossa unidade em Lousado beneficia do facto de o sol brilhar com frequência. Isto permite-nos alcançar uma produção de pneus usando totalmente energia elétrica e neutra em CO2 sempre que possível. Todas as fábricas de pneus da Continental estão a trabalhar muito para tornar a produção cada vez mais sustentável e energeticamente eficiente. Cada unidade fabril tem de lidar com uma grande variedade de situações, tais como as condições meteorológicas ou a disponibilidade de fontes de energia renováveis”, afirmou Pedro Carreira, presidente do conselho de administração da Continental Mabor em Lousado.
Com 34 anos de existência, a companhia investiu na fábrica 150 milhões de euros em dois anos para aumentar a capacidade de produção e expandir a produção de pneus de alta performance.
Continental Lousado agregou investimentos de 150 milhões em dois anos