Megaprocessos há muitos

7 meses atrás 64

Morosidade de casos mediáticos pode ser travada com bom senso.

Nenhum processo deveria ser ‘mega’. Demorar uma eternidade não faz bem a ninguém. Nem aos cidadãos, destinatário primeiro da Justiça, nem aos que nela trabalham. Por vezes, a ideia de ‘mega’ não se define pelo tempo. Foi o caso do ‘maxiprocesso’ de Palermo, em que foi decapitada a máfia siciliana, com mais de 300 condenados a prisão. A condenação foi em 1986 e a sentença transitou em julgado em 1992, pouco tempo antes de Falcone e Boserllino serem assassinados, por consequência, diga-se, do êxito da Justiça italiana. Por cá, o problema da morosidade numa dúzia de processos mediáticos é real. Já não o é nos casos da velha trilogia, quando se mata por ciúmes, servidões de água e passagem. É tudo muito rápido. Os megaprocessos mediáticos, que podem ser combatidos sem que seja necessária qualquer alteração na lei, bastando o bom senso na delimitação do objeto da investigação, preocupam muito os senhores do PS e do PSD. Vão servir-se deles para mexer nos equilíbrios de poderes. Curiosamente, não os preocupa os outros megaprocessos, fiscais, comerciais, cíveis, administrativos, que lesam cidadãos e empresas. São uma tragédia para princípios como o da igualdade, mas ninguém quer saber.

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