Mercedes-Benz e grandes fabricantes alemães afundam em bolsa com sector enfraquecido

2 horas atrás 21

A Mercedes reduziu as previsões de lucro para o ano, assente no difícil ambiente macroeconómico e vendas mais fracas na China, seguindo o trajeto da concorrente BMW. Fabricantes alemãs estão a pressionar o índice.

As grandes fabricantes automóveis da Alemanha estão a ver as suas ações afundar na bolsa, com a Mercedes-Benz a liderar as perdas. A bolsa germânica lidera o recuo sentido na Europa, explicado pelas negociações do segmento automóvel.

A Mercedes desacelera 6,95% para 54,91 euros, mantendo uma quebra contínua desde o arranque da sessão alemã. Também a alemã BMW descola 3,85% para 73,21 euros e a Volkswagen perde 2,47% para 91,52 euros.

A queda significativa da Mercedes, que já roça nos 7%, acontece depois da histórica construtora automóvel ter reduzido as previsões financeiras para o total do ano, isto em consequência da rápida deterioração dos negócios na China.

Esta mesmo deterioração tem vindo a denotar-se há vários meses, com o comércio de luxo a ser o mais afetado, e agora chegou a vez do sector automóvel, um golpe muito duro para a indústria alemã.

Com esta atualização, a Mercedes prevê agora lucros ajustados entre os 7,5% e 8,5%, abaixo dos 11% inicialmente inseridos nas previsões. A própria empresa explicou que o mercado chinês perdeu ímpeto por conta do “difícil ambiente macroeconómico”, uma vez que os clientes mais endinheirados adiaram a compra dos modelos mais caros, como é o exemplo da Classe S e da Maybach, citando “consumo mais fraco”.

Os novos dados da Mercedes colocam pressão num sector que se tem mostrado fragilizado, sendo a indústria mais importante para a economia alemã. É que o sector tem enfrentado, além dos problemas económicos causados pela pandemia e guerra na Ucrânia e agora no Médio Oriente, uma complicada transição da combustão para a eletricidade, o que tem impactado os seus lucros um pouco por todos os mercados.

A China, que tem visto um aumento significativo de fabrico automóvel próprio, está a ser o mercado que mais está a prejudicar as contas dos grupos automóveis alemães. Entre as maiores pressões para as contas das fabricantes europeias estão os custos de produção, que as construtoras não estão a conseguir baixar, a competição com os chineses e a falta de infraestrutura de carregamento fiável e suficiente.

Este mês, a Volkswagen anunciou o encerramento de várias fábricas em território alemão, tendo quebrado um pacto de várias décadas e pediu, inclusivamente, ajuda ao governo de Olaf Scholz, culpando a falta de procura por parte do mercado.

Também a concorrente BMW, atualmente com os títulos em queda, reduziu as suas previsões de lucro para 2024, culpabilizando a recessão chinesa e também um problema no sistema de travagem dos seus automóveis.

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