As sondagens à boca das urnas apontavam para uma vitória esmagadora e uma robusta maioria parlamentar do incumbente Narendra Modi nas eleições indianas, mas com o início da contagem dos votos, esta terça-feira, essa margem reduziu-se. Uma vitória de Modi e uma maioria da coligação na câmara baixa parecem, no entanto, garantidas.
Até meio da manhã de hoje já foram contados cerca de metade dos mais de 640 milhões de votos, cuja maioria foi para o partido do primeiro-ministro incumbente, o Bharatiya Janata Party (BJP). Ainda assim, não é claro que o BJP consiga uma maioria parlamentar.
Um terceiro mandato para Modi - um feito apenas conseguido pelo histórico Jawaharlal Nehru - com uma maioria mais curta, ou dependente dos seus parceiros da coligação Aliança Democrática Nacional (NDA, em inglês), seria uma mudança face à anterior década de governação e introduz alguma incerteza. Em 2019 o primeiro-ministro incumbente conquistou 303 lugares no parlamento, sendo que, em fevereiro deste ano, revelou que espera chegar aos 370 assentos.
A meio da manhã de hoje as previsões dos meios de comunicação indianos, citados pela Reuters, mostravam que a NDA estava à frente em cerca de 300 dos 543 assentos parlamentares, sendo que 272 fazem uma maioria simples.
Por sua vez, a coligação de oposição INDIA, com mais de 24 partidos e liderada pelo Partido do Congresso, Rahul Gandhi, lidera os restantes 220 lugares no Lok Sahba, um número que fica significativamente acima do que indicavam as primeiras sondagens.
Na segunda-feira os investidores aplaudiram o primeiro cenário, que apontava para uma forte vitória de Modi, tal como estava a ser perspetivado pelos analistas. Em Nova Deli, o índice alargado Sensex e o Nifty 50 pularam mais de 3% para máximos históricos.
Desde que Modi tomou posse pela primeira vez, em 2014, o Sensex e o Nifty 50 triplicaram.
Mas com o segundo cenário esta terça-feira, em que a vitória de Narendra Modi poderá ser por uma menor margem do que se estimava, os dois índices foram fortemente penalizados e desvalorizaram quase 5%. Durante a sessão os dois índices chegaram a desvalorizar mais de 8% - atingindo os valores mais baixos desde março de 2024, e a volatilidade atingiu máximos de mais de dois anos.
Também a rupia desvalorizou de forma significativa, chegando a tocar mínimos de maio de 2015. Já a "yield" da dívida a dez anos chegou a agravar-se em 12 pontos base.
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