José Mourinho foi notícia na semana passada por ter visto um cartão vermelho no Fenerbahçe-Manchester United (1-1), a contar para a fase regular da Liga Europa, mas principalmente por ter deixado duras críticas à UEFA e à arbitragem no final do encontro. O treinador português voltou agora a falar sobre a sua relação com o organismo, recordando a final da Liga Europa do ano passado, quando ainda orientava a Roma.
"A sensação é a de que estou em apuros na Europa. Perdi uma final de uma forma que ainda não aceito e, desde então, sinto-o", referiu numa entrevista à Sky Sports, que se deslocou à Turquia para falar com José Mourinho.
"Sinto que é injusto no sentido em que, no futebol, quando temos de ser castigados, somos castigados, mas depois de sermos castigados é uma folha limpa. Deveria começar do zero, mas não começou. Fomos eliminados da Liga dos Campeões pelo Lille com um penálti do VAR aos 94 minutos que só o VAR viu", continuou o treinador português, explicando ainda o que aconteceu no jogo da última semana com o Manchester United: "Eu estava a gritar, como toda a gente no banco e no Estádio: ‘É penálti, é penálti’, sem qualquer tipo de insulto, e recebi um cartão vermelho. Sei que é uma batalha que nunca poderei ganhar".
"Mereço ser tratado como toda a gente. Em campo, não importa se és o Messi ou se estás a jogar o teu primeiro jogo. As regras são as mesmas para o Messi e para o miúdo. E para os treinadores é a mesma coisa. Não importa se és Carlo Ancelotti ou um jovem treinador que está a começar. Ancelotti tem de se comportar da mesma forma que o jovem. É isso que eu quero para mim e é isso que não estou a receber. Não quero ter um tratamento especial, quero ter um tratamento honesto. Apenas isso. Por isso, se fizer algo de errado, castiguem, mas se não fizer nada de errado deixem-me em paz. Mas está a tornar-se difícil. Desde a final de Budapeste que está a ficar difícil".
Sobre as declarações no final do encontro – Mourinho afirmou que iria orientar uma equipa que não participasse nas competições da UEFA -, o treinador português garantiu que foi uma piada. "Nunca irei para uma equipa que esteja a lutar contra a despromoção. Fico chateado, e não estou no período da minha carreira para ficar chateado. Estou no período da minha carreira para estar sempre feliz e, neste momento, a jogar nas competições europeias estou sempre a ficar chateado. Mas não vou lutar contra a despromoção. É demasiado difícil. Sinceramente, acho que deve ser a coisa mais difícil. É mais difícil do que disputar títulos. Tem de ser muito difícil do ponto de vista emocional porque é algo que muda vidas. Acho que são os corajosos que o fazem"