NATO: muitos meses depois, Hungria aprova adesão da Suécia

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Voto parlamentar ocorre quase dois anos depois de o país escandinavo historicamente neutro se candidatar à adesão à aliança militar. Os Estados-membros receberam mal as reservas do regime de Viktor Orbán.

O Parlamento da Hungria aprovou finalmente a adesão da Suécia à NATO, quase dois anos depois de o país se candidatar à aliança militar ocidental, pondo fim a meses de disputas diplomáticas que os Estados-membros dificilmente entenderam. Quando tudo levava a crer que o levantamento do veto da Turquia tornaria a adesão da Suécia mais rápida, isso acabou por não acontecer – e a Finlândia entrou sozinha há alguns meses.

De algum modo, os Estados-membros puderam compreender as reticências da Turquia face à entrada da NATO – afinal, uma série de dissidentes turcos vivem na Suécia e, a partir do país escandinavo, ocorrem várias atividades de oposição ao regime de Erdogan. Mas, em relação à Hungria, não havia quaisquer motivos que aparentassem haver uma boa razão para o governo de Viktor Orbán se opor.

A votação, que decorreu em Budapeste esta segunda-feira, seguiu-se à reunião de sexta-feira entre o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e o seu homólogo húngaro, na qual concordaram em pôr de lado as suas diferenças. A visita do primeiro-ministro sueco parecia ser suficiente para a Hungria levantar o veto, mas, mesmo assim, Orbán disse no final da semana passada que talvez ainda não estivessem reunidas todas as condições.

Mas tudo parece ter sido finalmente ultrapassado. Os dois países assinaram um novo acordo militar com o qual a Suécia prometeu vender quatro novos aviões Gripen para se somarem aos 14 que a Hungria comprou anteriormente. Depois disso, o líder do grupo parlamentar que suporta o governo liderado pelo Fidesz conseguiu finalmente fazer votar a proposta. Com a aprovação parlamentar, a decisão será enviada ao presidente interino da Hungria, László Kövér, que terá cinco dias para assiná-la e enviá-la ao Departamento de Estado dos Estados Unidos em Washington.

De acordo com o protocolo da NATO, recorde-se, o governo dos Estados Unidos deve ser notificado da ratificação da entrada de um novo país pelos Estados-membros.

Kristersson disse na sexta-feira, dia em que chegou à Hungria, que “respeitamos as diferenças uns dos outros e, às vezes, alcançamos bons compromissos. Agora também estamos a entrar em cooperação conjunta com a NATO com a atitude de estarmos preparados para lutar uns pelos outros.”

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