A UKMTO afirmou este sábado que a tripulação de um navio mercante, atingido no passado dia 13 no Golfo de Aden, por um míssil lançado pelo grupo islamita iemenita, foi resgatada e que o navio estava em chamas e a afundar-se.
De acordo com a agência de segurança Autoridade Marítima de Operações Comerciais do Reino Unido, UKMTO, o ataque de quinta-feira deu-se a 98 milhas náuticas a leste de Aden, no Iémen.
Os mísseis lançados pelos militantes houthis atingiram o Verbena com dois mísseis de cruzeiro antinavio, quando este navegava no golfo de Aden, provocando um incêndio e ferimentos graves a um dos tripulantes, confirmou o Comando Central norte-americano, Centcom, responsável pelo Médio Oriente.
O ferido foi transportado por um helicóptero para um navio militar próximo para receber tratamento médico, acrescentou o Centcom, num comunicado.
O Verbena, com pavilhão da República de Palau, era propriedade de uma empresa da Ucrânia e operado por um armador da Polónia, que estava a transportar madeira da Malásia para Itália, disse o exército dos EUA.
Na quarta-feira, dia 12, um outro ataque dos militantes imenitas conseguiu afundar outro navio no Mar Vermelho, o MV Tutor, com bandeira da Libéria, tendo a tripulação sido "resgatada pelo [navio de guerra norte-americano] USS Philippine Sea e forças parceiras", com exceção de um marinheiro, que continua desaparecido após o ataque dos rebeldes, de acordo com Centcom.
O cargueiro com bandeira da Libéria e operado por uma empresa da Grécia, "permanece no Mar Vermelho e está lentamente" a afundar-se, acrescentaram os norte-americanos.
Os houthis disseram na quinta-feira que haviam atacado três navios nas 24 horas anteriores, "em retaliação pelos crimes cometidos contra o nosso povo na Faixa de Gaza e em resposta à agressão EUA-Reino Unido contra o nosso país".
O Centcom disse que os rebeldes do Iémen lançaram dois mísseis balísticos no mar Vermelho que "não causaram feridos ou danos significativos".
Radares e barcos destruídos
Ambos os grupos são apoiados pelo Irão. Os primeiros alvos dos houthis foram navios com cargas ou ligações a Israel, mas a resposta internacional levou os houthis a alargarem os objetivos.
A campanha do grupo Houthi tem afetado gravemente a navegação internacional, numa cascata de atrasos devido ao uso de rotas mais longas e de custos acrescidos nas cadeias de abastecimento.
Apesar das operações de segurança e de vigilância de uma força internacional criada para impedir os ataques, os houthis conseguiram afundar alguns navios, capturaram outro e mataram três marinheiros, em ataques separados.
A vaga de ataques desta semana levou Washington a "destruir" no Iémen sete radares necessários a este tipo de operações.
Em comunicado publicado sexta-feira à noite, o Centcom disse que os radares permitiam aos rebeldes atingir "navios e pôr em perigo a navegação comercial".
Acrescentou que nas 24 horas anteriores, as forças armadas norte-americanas destruíram também dois barcos não tripulados carregados de explosivos e um drone dos militantes iemenitas.
Os rebeldes, que controlam a capital do Iémen, Sanaa, e outras zonas do norte e oeste do país desde 2015, não confirmaram estes ataques nem quaisquer perdas militares.
com Lusa