O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, esta terça-feira, que não existem mecanismos para trocar informações sobre a sabotagem nos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 entre a Rússia e a Ucrânia.
"Não temos mecanismos para trocar informações com o regime de Kyiv, e dificilmente se pode imaginar a disponibilidade de algum agora", afirmou Peskov, quando questionado sobre se a Ucrânia tinha partilhado alguma informação sobre as explosões.
Por sua vez, o porta-voz presidencial russo sugeriu ainda que é um assunto "que os neerlandeses, os suecos e outros deveriam examinar".
Recorde-se que as explosões nos gasodutos Nord Stream, que não estavam em funcionamento na altura do incidente, ocorreram a 26 de setembro de 2022 e provocaram duas fugas em cada um deles: Duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais.
No ano passado, o Conselho de Segurança rejeitou uma proposta russa de iniciar uma investigação internacional às explosões, com a maioria dos membros a defender a continuidade das investigações conduzidas pela Alemanha, Dinamarca e Suécia.
Embora a Rússia tenha insistido que se tratou de uma sabotagem de países "anglo-saxónicos", a comunidade internacional cerrou fileiras sobre o assunto e acusou o Kremlin de ter realizado um ataque de "falsa bandeira" (encenar um ataque e atribuir culpas a terceiros).
No entanto, em fevereiro deste ano, as autoridades dinamarquesas e suecas anunciaram o encerramento das respetivas investigações, alegando falta de base legal para abrir um processo criminal e falta de jurisdição, respetivamente, sem apontar responsáveis para aquela que concluíram ter sido uma "sabotagem deliberada" das infraestruturas.
Leia Também: Gazprom anuncia prejuízos recorde nas contas de 2023