Número de sem-abrigo aumenta

2 horas atrás 23

A presidente da CAIS, associação que ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade social, considera que o número de pessoas em situação de sem-abrigo vai continuar a aumentar, nomeadamente entre imigrantes. Matilde Cardoso considera que a pobreza irá sempre existir.

A responsável referiu que a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) tem funcionado nuns aspetos, noutros tem sido mais difícil, afirmando não ser muito critica “porque há coisas que são muito difíceis de resolver”.

“Eu acho que vai sempre haver pobreza, tem vindo sempre a haver pobreza e a pobreza traduz-se em várias situações. Se os sem-abrigo em Lisboa, aqui há uns anos, não eram um problema é porque nós estávamos a conseguir e o contexto nacional e internacional económico conseguia resolver e ajudar essa situação”, defendeu.

A presidente da CAIS, por ocasião dos 30 anos da associação, sobre as pessoas que vivem em situação de sem-abrigo, referiu que os números são inequívocos na demonstração de que este fenómeno tem vindo a aumentar.

É uma realidade”, afirmou, concordando que essa é também a perceção da associação.

“Basta andar na cidade e vermos a estação de Oriente, que é horrível, e outras áreas. Mas nós não temos capacidade de medir, mas quem tem capacidade de medir, de contar, isso prova que realmente aumentou, com certeza”, considerou, citada pela agência Lusa. 

A CAIS ajudou mais de 700 pessoas em 2023, entre as quais várias licenciadas ou famílias monoparentais cujos rendimentos são insuficientes para todas as despesas. A responsável acrescentou que o apoio dado às várias famílias é feito muitas vezes através de alimentos – “porque há gente que até tem trabalho, tem casa, mas não tem capacidade para alimentar a família como deve ser”. No ano passado a CAIS distribuiu quase 11 mil refeições. 

A presidente da CAIS admitiu ainda que a revista da associação pode estar em causa, uma vez que a comunicação em papel está a desaparecer, havendo ainda cerca de 30 vendedores que contam com a venda daquela publicação.

Matilde Cardoso adiantou que a revista, nascida em 1994, já não é o principal meio para a capacitação das pessoas apoiadas pela associação, mas permanece um apoio monetário importante para os cerca de 30 vendedores, entre Lisboa e Porto, para quem é “um meio de capacitação e integração”.

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