O brilho não foi da estrela

6 meses atrás 77

Chegou a tremer, numa altura em que o rival celebrava a conquista dos três pontos e a vantagem do Estrela da Amadora no marcador, mas o Sporting conseguiu a reviravolta e, assim, segurou a liderança da Liga Portugal Betclic na véspera de uma semana potencialmente decisiva.

Tal como tinha acontecido na primeira volta, a equipa da Reboleira foi competente e criou muitos problemas ao leão, mas saiu do relvado sem pontos. Não valeu a estrela habitual, que voltou a sair do campo seu golos frente a este oponente, mas sim um brilhante Francisco Trincão, que pintou as jogadas dos dois golos.

Certo é, de resto, que ninguém falará de «estrelinha», como acontecia na última vez que a equipa de Amorim liderou a tabela numa fase tão adiantada da época. Mais do que crença, o virar do marcador assentou na competência e compostura leonina, presente mesmo na ausência de algumas peças importantes.

Piso escorregadio

O Sporting viu o seu rival desperdiçar três grandes penalidades - algo amplamente festejado nos cafés em torno do Estádio José Gomes -, mas mesmo assim vencer, retirando, temporariamente, a liderança da posse do leão. Foi assim que, ainda antes do pontapé de saída num piso molhado, o Sporting ficou a saber que não havia espaço para deslizes. 

Depois desses acontecimentos alheios, o estádio encheu, com o vulto da multidão a cobrir o tricolor das bancadas molhadas. Os visitantes cobriram metade do espaço e cantavam como se em casa estivessem, mas os anfitriões também viviam a ocasião com intensidade. Isso valeu também para o interior das quatro linhas, onde a equipa da casa se colocou em vantagem ao 17º minuto de jogo.

Estrela esteve na frente do marcador @Kapta+

Leonel Bucca, na sua primeira titularidade no futebol europeu, fez também o primeiro golo com a camisola do Estrela da Amadora, no seguimento de um pontapé de canto. O Sporting até tinha entrado melhor, mas Franco Israel abordou essa bola parada de forma trágica e cedeu ao adversário uma chance de ouro, que foi desde logo aproveitada.

À boleia de Trincão

O Sporting não era estranho a dificuldades frente a este adversário, que na primeira volta criou inúmeros problemas em Alvalade. Rúben Amorim sabia que a equipa tinha de reagir rapidamente, mas que isso nunca seria fácil na ausência de peças como Pote (lesão), Coates (gastroenterite) ou Hjulmand, que começou no banco por estar a um amarelo da suspensão. O facto de o dérbi estar à espreita pesou, mas as decisões tomadas em relação ao onze só teriam sentido depois de um resultado favorável.

Prestação brilhante de Trincão na Reboleira @Kapta+

Foi isso que o leão perseguiu, e se lá chegou foi, em parte, graças aos esforços de Francisco Trincão. O esquerdino viu o seu regresso à seleção arruinado por lesão, mas regressou a tempo de ser titular e a sua presença foi sentida aos 23 minutos, quando assistiu Paulinho para o golo do empate. Um cruzamento imaculado do 17, que tinha iniciado a jogada no seu próprio meio-campo.

Houve mais uma perigosíssima bola parada do Estrela pelo meio (Israel travou Gaspar), mas, de resto, Trincão assumiu um papel principal na Amadora. Depois de um par de jogadas perigosas, o ex-Barça arrancou pela direita e só parou depois de um remate forte travado por Bruno Brígido. Nuno Santos apareceu à esquerda, para uma recarga que virou o marcador.

Tudo sob controlo

Para a segunda parte, Amorim lançou Inácio. Do outro lado, Sérgio Vieira colocou Hevertton e Régis no relvado. Esperavam-se mudanças, mas a história manteve-se semelhante, com um Sporting dominante com bola e um Estrela que, à exceção de bolas paradas, pouco criava.

A mexida no adversário favoreceu Nuno Santos, que ganhou espaço à esquerda e ficou perto de bisar ou assistir. Não o fez e quase foi castigado por isso, com Hevertton a ameaçar o empate do outro lado do campo. Trincão continuou interventivo, assim como Daniel Bragança, numa altura em que a formação da Amadora começou a tentar explorar as transições de forma mais frequente.

Até ao final, o leão manteve o destino das coisas totalmente sob o seu controlo. Manteve-se por cima, altivo, e esteve sempre mais perto de assinar o 3-1 do conforto do que de sofrer o empate. No fim, mesmo sem voltar a marcar, levou para casa uma vitória importante, sabendo que o próximo adversário será o Benfica.

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