O desafio na consultoria não é repor o anterior status quo, mas olhar para a frente, para as possibilidades de adaptação e para as novas frentes, como as criadas pelas novas tecnologias.
A maioria das maiores consultoras – e não só as big four – já avançou ou está a caminhar para a integração com sociedades de advogados para oferecer serviços jurídicos.
A alteração do regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais foi o sinal de partida para uma transformação que se afigurava inevitável, e também contribuiu para uma clarificação do mercado, porque já havia parcerias e associações entre consultores, empresas de contabilidade e sociedades de advogados, ainda que limitadas pela lei. Agora, as relações são mais transparentes.
Apesar de toda a contestação, porque a aprovação das novas regras resultou de um processo atabalhoado, criticado até por quem o aprovou, e independentemente de algum acerto pontual necessário, o facto é que a lei vigora e já provocou mudanças.
Os agentes deste mercado têm de ter a consciência de que o passado não regressa; terão, obrigatoriamente, de responder ao que a nova situação questiona, no posicionamento que pretendem no mercado, no que querem oferecer aos clientes, em que competências procuram afirmar-se e com quem o querem fazer.
O comboio do futuro já arrancou e há oportunidades para serem aproveitadas, como sempre em tempo de mudança. O desafio na consultoria, onde se incluem as consultoras de gestão, os bancos de investimento, as sociedades de advogados e o conselho em comunicação – o grande mercado do Advisory – não é repor o anterior status quo, mas olhar para a frente, para as possibilidades de adaptação e para as novas frentes, como as criadas pelas novas tecnologias. Essas sim, mais disruptivas.