O primeiro discurso de Pedro Nuno nas entrelinhas. A AD que vem do “baú”, a defesa de Costa e a crítica a Belém

9 meses atrás 84

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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Dá até às eleições para Costa ficar no mesmo palco. Depois disso, novo ciclo, de preferência no seu lugar em São Bento. Coloca o ex-líder no Olimpo do PS e segue a apontar o dedo ao "mito" à direita.

Intervenção de Pedro Nuno Santos

no 24º Congresso do PS

Anotações

Dois cumprimentos especiais ao José Luís Carneiro e ao Daniel Adrião, para lhes agradecer o contributo para o fortalecimento do PS, com debate de ideias e pluralidade de pensamento”

A primeira intervenção começou com os agradecimentos e um particularmente esperado tendo em conta a recente disputa interna no PS. Na sexta-feira, Pedro Nuno já entrou no pavilhão da FIL com José Luís Carneiro e Daniel Adrião, seus adversários nas diretas, e agora referiu ambos na primeira vez que se dirigiu ao Congresso. E agradeceu concretamente o “debate de ideias e a pluralidade de pensamento” que as suas candidaturas permitiram, isto quando no seu núcleo, durante a campanha interna, foram vários os elementos que criticaram nos bastidores a existência de uma luta no partido numa altura de crise política e com eleições legislativas ao virar da esquina. É passado que já lá vai.

Ganhar as regionais, as europeias, as autárquicas e nas presidenciais onde o PS apoiará um candidato como há muito tempo não o faz. Honrando os melhores Presidentes da República que Portugal já teve”

Antes da defesa de Costa, uma pontada na sua gestão partidária, muito concretamente a gestão eleitoral da Presidência da República. Pedro Nuno Santos já deixou claro várias vezes que considerou um erro o PS não ter apoiado um candidato concreto à Presidência da República nas últimas Presidenciais, deixando os militantes sem uma referência. Disse-o nas Presidenciais de 2021, quando Marcelo se recandidatava a um segundo mandato em Belém, expressando logo o seu apoio à candidata Ana Gomes — que vinha da área socialista mas sem o apoio formal do seu partido. Para 2026 avisa já que o seu PS não cometerá aquilo que considera ter sido um erro e vai apoiar um candidato. “Como há muito tempo não o faz”. E há especificamente quanto tempo? Desde que Costa é líder. Recuando ao pós-Sampaio: em 2006, o PS de Sócrates apoiou Mário Soares e em 2011, o mesmo líder, apoiou Manuel Alegre. Em 2016, na primeira eleição de Marcelo e já com Costa em campo, a estrutura socialista andou perto de Sampaio da Nóvoa, mas com Maria de Belém como candidata alternativa acabou por não dar apoio oficial a ninguém. Na reeleição, em 2021, fez o mesmo, deixando a socialista Ana Gomes sozinha com os socialistas que quiseram prestar-lhe apoio a título individual.

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